Enrolase neuro-específica – avaliação como marcador de prognóstico neurológico
PDF

Palavras-chave

Lesão cerebral
NSE
paragem resporatória
prognóstico

Como Citar

Grande, C., Esteves, C., Molnar, E., Farinha, R., & Guimarães, J. T. (2023). Enrolase neuro-específica – avaliação como marcador de prognóstico neurológico. Proceedings of Research and Practice in Allied and Environmental Health, 1(4), 6. https://doi.org/10.26537/prpaeh.v1i4.5610

Resumo

Enquadramento: A enolase neuro-específica (NSE) é um dímero da enzima glicolítica enolase de origem neuronal e neuroendócrina [1]. A NSE é utilizada como marcador tumoral e tem sido estudada como marcador prognóstico neurológico em doentes com lesão cerebral hipóxica, devido a paragem cardiorrespiratória (PCR) ou acidente vascular cerebral (AVC) [2,3]. A sua semi-vida é de aproximadamente 24 horas. O nível sérico atinge o pico entre as 48 e 72 horas após um episódio de PCR ou AVC [2,4]. De acordo com as recomendações europeias, a NSE deve ser doseada dentro de 72 horas, usando um cut-off de 60 μg/L para prever o prognóstico neurológico [4–6]. Objetivo: Avaliar a NSE como marcador de prognóstico neurológico, baseado nos dados do Serviço de Patologia Clínica do Centro Hospitalar Universitáio de São João (CHUSJ). Métodos: Realizou-se um estudo observacional retrospetivo com análise de dados laboratoriais e clínicos, utilizando o software Clinidata Web e SClínico. A análise foi baseada nos doseamentos de NSE pedidos pelos serviços de Medicina Intensiva, entre 01 de setembro de 2022 e 31 de agosto de 2023 e divididos em 2 grupos: doentes recuperados e doentes que sofreram morte intra-hospitalar. A NSE foi doseada através de ensaio de eletroquimioluminescência no equipamento Cobas e411 (Roche Diagnostics®). Resultados: Foram solicitados 128 doseamentos, representando 75 doentes, dos quais 61 sofreram PCR. Verificou-se uma diferença estatisticamente significativa do nível de NSE entre o grupo dos doentes recuperados e dos doentes que sofreram morte intra-hospitalar. A maior parte dos pedidos de NSE foi efetuado às 24h, 48h ou 72h após PCR. Calculou-se a sensibilidade (24h-36.36; 48h-88.89;72h-80.00), especificidade (24h-92.86; 48h-93.75;72h-88.89), valor preditivo positivo (24h-80.00; 48h-94.12;72h-94.12) e negativo (24h-65.00; 48h-88.24;72h-66.67), baseado no cut-off de 60 μg/L. Conclusões: A NSE é um marcador fiável para avaliar o prognóstico neurológico após PCR ou AVC e verifica-se, pelos valores de sensibilidade e especificidade, que a melhor altura para dosear é às 48h-72h, estando de acordo com as recomendações internacionais.

https://doi.org/10.26537/prpaeh.v1i4.5610
PDF

Referências

Rifai, N. Tietz Textbook of Clinical Chemistry and Molecular Diagnostics. 6th ed. Elsevier Health Sciences; 2017.

Vondrakova, D; Kruger, A; Janotka, M; Malek, F; Dudkova, V; Neuzil, P; et al. Association of neuron-specific enolase values with outcomes in cardiac arrest survivors is dependent on the time of sample collection. Crit Care 2017, 21, 172.

Bezek, S; Biberthaler, P; Martinez-Espina, I; Bogner-Flatz, V. Pathophysiology and clinical implementation of traumatic brain injury biomarkers: neuron-specific enolase. Biomarkers for Traumatic Brain Injury 2020, 169, 82.

Sandroni, C; Skrifvars, M; Taccone, F. Brain monitoring after cardiac arrest. Curr Opin Crit Care 2023, 29, 68–74.

Nolan, JP; Sandroni, C; Böttiger, BW; Cariou, A; Cronberg, T; Friberg, H; et al. European Resuscitation Council and European Society of Intensive Care Medicine guidelines 2021: post-resuscitation care. Intensive Care Med 2021, 47, 369–421.

Nolan, JP; Maconochie, I; Soar, J; Olasveengen, TM; Greif, R; Wyckoff, MH; et al. Executive Summary: 2020 International Consensus on Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care Science With Treatment Recommendations. Circulation 2020, 142, 27.

Creative Commons License

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0.

Direitos de Autor (c) 2024 Carina Grande, Carla Esteves, Eva Molnar, Rui Farinha, João Tiago Guimarães