Fenómenos tromboembólicos – exclusão de hemoglobinúria paroxística noturna
PDF

Palavras-chave

Citometria de fluxo
hemoglobinúria paroxística noturna
tromboembolismo

Como Citar

Reis, C., Magalhães, C., Marques, C., Leandro, P. F., Silva, S., & Guimarães, J. T. (2023). Fenómenos tromboembólicos – exclusão de hemoglobinúria paroxística noturna. Proceedings of Research and Practice in Allied and Environmental Health, 1(4), 7. https://doi.org/10.26537/prpaeh.v1i4.5611

Resumo

Enquadramento: A hemoglobinúria paroxística noturna (HPN) é uma doença rara, caracterizada por hemólise intravascular, trombose em locais atípicos e citopenias devido a falência medular [1,2]. Na HPN ocorre uma mutação somática adquirida no gene PIGA, nas células estaminais hematopoiéticas, resultando em defeitos na síntese de glicosilfosfatidilinositol (GPI), que serve de âncora para a ligação de proteínas à membrana das células [1,3]. A citometria de fluxo (CF) é considerada o método de diagnóstico e monitorização da HPN [1,4]. Objetivo: Analisar o número de casos diagnosticados de HPN por CF, após um fenómeno tromboembólico. Métodos: Foi conduzido um estudo observacional retrospetivo por consulta de registos, no Centro Hospitalar Universitário de São João. A amostra deste estudo incluiu os doentes que tiveram um fenómeno tromboembólico prévio à pesquisa de HPN por CF, de março de 2022 a setembro de 2023. No estudo fenotípico avaliou-se a expressão de proteínas em três linhas celulares: eritrócitos (CD59), neutrófilos e monócitos (FLAER e CD157). Resultados: Foram analisadas 22 amostras, 12 do sexo masculino e 10 do feminino. Em 3 doentes foram observadas alterações na expressão de proteínas GPI, definidoras de um clone HPN, em pelo menos duas linhas celulares estudadas. Contudo, em todos os casos o clone detectado foi numa pequena percentagem (inferior a 0,1%). Foi também observado em 2 doentes uma alteração numa linha celular isolada. Conclusões: O diagnóstico de HPN por CF é baseado na deteção de células sanguíneas deficientes em proteínas ancoradas por GPI, em pelo menos duas linhas celulares. Neste estudo, em alguns doentes observou-se uma pequena percentagem de células com alterações fenotípicas, cuja valorização depende de outros dados clínico-analíticos. A pesquisa de um clone HPN por CF deverá ser considerada como diagnóstico diferencial em doentes com tromboembolismo de causa indeterminada.

https://doi.org/10.26537/prpaeh.v1i4.5611
PDF

Referências

Borowitz, MJ; Craig, FE; DiGiuseppe, JA; Illingworth, AJ; Rosse, W; Sutherland, DR; et al. Guidelines for the Diagnosis and Monitoring of Paroxysmal Nocturnal Hemoglobinuria and Related Disorders by Flow Cytometry. Cytometry B Clin Cytom 2010, 78B, 211–230.

Peacock-Young, B; Macrae, FL; Newton, DJ; Hill, A; Ariëns, RAS. The prothrombotic state in paroxysmal nocturnalhemoglobinuria: a multifaceted source. Haematologica 2018, 103(1), 9-17.

Jnen, ST; Heerde, WL; Muus, P. Mechanisms and clinical implications of thrombosis in paroxysmal nocturnal hemoglobinuria. J Thromb Haemost 2012, 10(1), 1-10.

Brando, B; Gatti, A; Preijers, F. Flow cytometric diagnosis of paroxysmal nocturnal hemoglobinuria: pearls and pitfalls – a critical review article. EJIFCC 2019, 30(4), 355-370.

Creative Commons License

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0.

Direitos de Autor (c) 2024 Cláudio Reis, Conceição Magalhães, Cristina Marques, Paulo Franco Leandro, Sónia Silva, João Tiago Guimarães