O electroencefalograma no doente com AVC

Resumo

O Eletroencafalograma (EEG) consiste numa técnica neurofisiológica com elevada sensibilidade na avaliação da função cerebral em tempo real, sendo considerado o exame gold standard para a identificação de atividade epileptiforme e crises epilépticas [1]. O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é das causas mais comuns da ocorrência de crises epilépticas e epilepsia na fase adulta, sendo a incidência de epilepsia pós-AVC estimada em cerca de 6% no caso de doentes com AVC isquémico extenso e severo envolvendo o córtex cerebral e cerca de 12% no caso de AVC hemorrágico [1]. Nos últimos anos o diagnóstico e os cuidados na doença cerebrovascular evoluíram de forma notável, sendo evidentes os avanços nos cuidados agudos destes doentes e o interesse na predição precoce de possíveis comorbidades associadas a esta doença. Além da utilidade do EEG no diagnóstico diferencial dos sintomas neurológicos transitórios agudos, o EEG pode ainda ser usado, ainda que com algumas limitações na predição de crises e epilepsia pós-AVC [2,3]. Nesta palestra foram apresentadas as principais indicações clínicas para a realização do EEG, bem como da monitorização EEG contínua, abordando neste caso concreto, a duração média necessária para se poder descartar a possibilidade de ocorrência de crises epilépticas em doentes com AVC. No final foram ainda apresentados os principais achados e padrões observados em EEGs de doentes com AVC.