A importância terapêutica do AVC

Resumo

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a principal causa de morte e incapacidade em Portugal [1], mas é também a doença neurológica mais prevenível [2]. A diminuição da perfusão de sangue para o cérebro provoca lesões não regeneráveis a nível do tecido cerebral, o que faz do AVC uma emergência médica [3]. Numa situação aguda, o limite temporal para o tratamento é de poucas horas, e a taxa de sucesso diminui de forma exponencial ao longo do tempo [3]. Esta necessidade de uma intervenção precoce para garantir uma maior probabilidade de sucesso1 torna fulcral a atempada deteção dos primeiros sinais da doença [1,3], bem como uma resposta rápida e organizada por parte das equipas de socorro e das unidades hospitalares [1]. O objetivo desta comunicação é destacar a importância da Via Verde do AVC [4] como modelo pré-definido de resposta no tratamento de uma emergência, encaminhando de forma rápida e organizada as suspeitas de AVC para as unidades de saúde capacitadas, permitindo uma intervenção adequada e atempada, por forma a garantir o sucesso da terapêutica e um menor risco de morte e incapacidade [1,3]. Propomo-nos também a salientar o papel dos fármacos no combate ao AVC, não apenas no tratamento de uma situação aguda, mas também como agentes cruciais na sua prevenção primária, pela sua atividade no controlo e manutenção de outras patologias que potenciam o risco de AVC [5,6], e na sua prevenção secundária, limitando os processos de agregação plaquetária e de coagulação com o objetivo de minimizar o risco de trombogénese [5,6]. Conclusões: Em suma, a Via Verde do AVC permite-nos atuar em conformidade com o caráter urgente da situação, possibilitando uma redução de até 50% nas taxas de morte e incapacidade3, garantindo uma vida independente a 70% dos sobreviventes de AVC quando aliada a um plano de reabilitação adequado e multidisciplinar [3,7].