Razão Triglicerídeos-Glicose como preditor de mortalidade em pacientes com Acidente Vascular Cerebral Isquémico
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Palavras-chave

AVC isquémico
mortalidade
razão triglicerídeos-glicose

Como Citar

Cardoso, A., Almeida, L., Farinha, R., Guimarães, T., & Teixeira, C. (2024). Razão Triglicerídeos-Glicose como preditor de mortalidade em pacientes com Acidente Vascular Cerebral Isquémico. Proceedings of Research and Practice in Allied and Environmental Health, 1(4), 13. https://doi.org/10.26537/prpaeh.v1i4.5654

Resumo

Enquadramento: A razão Triglicerídeos-Glicose (TyG) é um biomarcador que tem sido associado à insulino-resistência e explorado como um possível marcador de risco e prognóstico em diversas patologias, incluindo o Acidente Vascular Cerebral Isquémico (AVCI) [1-3]. Objetivo: Avaliar a TyG como preditor de gravidade e mortalidade em pacientes com diagnóstico de AVCI. Métodos: Estudo retrospetivo, que incluiu os doentes diagnosticados com AVCI e internados na Unidade de AVC do Centro Hospitalar e Universitário de São João (CHUSJ) entre 01/07/2022 e 30/06/2023, a quem foi realizada avaliação do perfil lipídico e metabólico à admissão. A gravidade do AVC à admissão hospitalar foi avaliada através da escala NIHSS (National Institutes of Health Stroke Scale), e foi determinada a mortalidade intra-hospitalar e nos primeiros 90 dias após a admissão. Resultados: Foram incluídos 534 pacientes, com idade média de 72.0±13.6 anos, 51.3% do sexo masculino. À admissão apresentavam uma TyG média de 8.4±0.6 e pontuação NIHSS média de 9±7. Não se verificou associação entre a TyG e a gravidade do AVC à admissão. Observou-se uma associação entre TyG elevada e mortalidade intra-hospitalar (8.76±0.67 vs. 8.45±0.57, P=0.019) e mortalidade até 90 dias (8.79±0.67 vs. 8.45±0.57, P=0.007), independente da idade e do sexo [OR 2.48 (1.25-4.93) e 2.80 (1.43-5.49), respetivamente]. Os nossos resultados apontam para uma associação entre a TyG e a ocorrência de desfechos desfavoráveis em pacientes com AVCI. A aplicação deste biomarcador à prática clínica como marcador prognóstico é promissora, sendo conveniente, de baixo custo e facilmente disponível nos laboratórios clínicos. Não obstante, mais estudos são necessários para definição de pontos de corte e validação dos resultados. Será ainda importante uma exploração mais detalhada desta população, considerando parâmetros clínicos adicionais, nomeadamente terapêutica de fase aguda e outros marcadores prognósticos. Conclusões: Este trabalho suporta a TyG como preditor de mortalidade em pacientes com AVCI.

https://doi.org/10.26537/prpaeh.v1i4.5654
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Referências

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