Resumo
Enquadramento: O tratamento oncológico em doentes pediátricos apresenta diversos efeitos secundários, sendo as complicações orais das mais frequentes e debilitantes para estes doentes, apresentando um impacto significativo na qualidade de vida dos mesmos [1]. A quimioterapia (QT) apresenta falta de seletividade, ou seja, atua quer nas células tumorais, quer nas células funcionais, com rápida multiplicação celular, como é o caso da mucosa oral [2]. A mucosa oral, quando afetada por esta mobilidade de tratamento, torna-se mais fina e atrofiada, dando origem à mucosite oral (MO) [3,4]. Objetivos: Sendo a quimioterapia um fator de risco para a mucosite oral, este trabalho tem como principal finalidade estudar algumas das medidas preventivas e de tratamento relacionadas com este fenómeno, garantindo a qualidade de vida das crianças e jovens doentes. Métodos: De forma a responder aos objetivos deste trabalho, recorreu-se a uma pesquisa bibliográfica de artigos científicos nas seguintes bases de dados Library, Pubmed Medline,Google académico,ScieLo, B-on e Bireme das quais foram selecionados 32 artigos. Recorreu-se, também, à página oficial do INFARMED e ao website International Agency for Research on Cancer. Resultados: Na literatura, há estudos que comprovam que os doentes oncológicos, que receberam tratamento dentário antes de iniciar tratamento e indicações de higiene oral, apresentam um decréscimo significativo de 29% na prevalência da MO, por exemplo, quando comparados com doentes que não beneficiaram destes serviços [5]. Desta forma, a importância da saúde oral prende-se em identificar, tratar e eliminar focos infeciosos ou locais irritados na cavidade oral, comunicar-se com a equipa de oncologia em relação ao estado de saúde oral, ao plano e ao tempo de tratamento do doente, além de educar a criança e a família quanto aos cuidados com a higiene oral [6,7]. Conclusões: Apesar dos avanços constantes, a QT ainda provoca alguns efeitos secundários, inclusive na mucosa oral. A MO é um dos efeitos secundários mais debilitantes para a criança/jovem oncológico. A MO está associada a dor, comprometimento nutricional, impacto na qualidade de vida, alterações no tratamento oncológico, risco de infeção e elevados custos económicos. Ainda assim há alguns tratamentos de prevenção que podem minimizar os efeitos secundários da QT, nomeadamente a MO [2,4].
Referências
[1] Ferrández-Pujante, Alba; Pérez-Silva, A; Serna-Muñoz, C; Fuster-Soler, JL; Galera-Miñarro, AM; Cabello, I; et al. Prevention and Treatment of Oral Complications in Hematologic Childhood Cancer Patients: An Update. Children, 2022, 9(4), 566.
[2] Muniz, B; Maria, H. Oral mucositis in children with cancer: difficulties of evaluation and effective therapy. Society and Development 2021, 10(11).
[3] Carvalho, CG; Medeiros-Filho, JB; Ferreira, MC. Guide for health professionals addressing oral care for individuals in oncological treatment based on scientific evidence. Support Care Cancer 2018, 26(8), 2651-2661.
[4] Monteiro, L. Mucosite oral induzida por radioterapia e quimioterapia. Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac 2002, 43(3), 153-164.
[5] Chaveli-López, B; Bagán-Sebastián, JV. Treatment of oral mucositis due to chemotherapy. Journal Clinal Experimental Dentistry 2016, 8(2), e201-9.
[6] Damascena, LCL; Lucena, NNNL; Ribeiro, ILA; Pereira, TL; Lima-Filho, LMA; Valença, AMG. Severe oral mucositis in pediatric cancer patients: survival analysis and predictive factors. Int J Environ Res Public Health 2020, 17(4), 1235.
[7] Franco, GAS; Silva, LF; Góes, FGB; Cursino, EG; Moraes, JRMM; Pacheco, STA. Educative practices with families of children and teenagers under oral antineoplastic chemotherapy: an integrative review. Rev. enferm. Cent.-Oeste Min 2021 11, 4082.

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0.
Direitos de Autor (c) 2025 Paula Silva
