‘BÁRBAROS INDÍGENAS’ E O PROCESSO DE CATEQUESE EM LÍNGUA KIRIRI

A ARTE DE LER, ESCREVER E CONTAR NOS CAMINHOS DE DENTRO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34630/polissema.v1i22.4823

Palavras-chave:

Catequese Indígena; Políticas linguísticas; Língua Kiriri.

Resumo

Neste artigo, apresentaremos o contato entre inacianos e indígenas nas missões dos “caminhos de dentro”, sobre fatos deixados pelo tempo. Falaremos sobre as nações dos povos indígenas, povos que fizeram a história do semiárido baiano, no século XVII, e foram, genericamente, conhecidos como “Tapuias” por se posicionarem como inimigos dos colonizadores e dos indígenas da costa litorânea. O período de convivência nessas aldeias resultou na produção escrita do Catecismo Kiriri (1698), do Pe. Luiz Vincencio Mamiani; e do Catecismo da Lingua Kariri (1699), do Pe. Bernardo de Nantes, que visavam doutrinar e letrar para a “civilização” e a fé católica. Apesar do etnocentrismo, a arte de doutrinar em língua Kiriri revolucionou a catequese do sertão, sobretudo, pelo domínio de uma língua emblemática que tantos obstáculos causou à comunicação, nesse contexto histórico.   Assim, o registro da língua da nação Kiriri fica como maior legado da atuação da formação humanística pela passagem de religiosos, no norte da Bahia.

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Publicado

2022-12:-31

Como Citar

Santana, R., Almeida, N. L., & Mendes, R. P. (2022). ‘BÁRBAROS INDÍGENAS’ E O PROCESSO DE CATEQUESE EM LÍNGUA KIRIRI : A ARTE DE LER, ESCREVER E CONTAR NOS CAMINHOS DE DENTRO. POLISSEMA – Revista De Letras Do ISCAP, 1(22), 142–160. https://doi.org/10.34630/polissema.v1i22.4823

Edição

Secção

Estudos