Estudo da morfologia de tecidos sujeitos a embalsamamento por método de Thiel

Abstract

Introdução: As técnicas de embalsamamento são utilizadas, na atualidade, para a preservação do cadáver para o momento fúnebre e para disseções em contexto académico [1,2]. O método de embalsamamento de Thiel apresenta vantagens em relação a outros métodos de embalsamamento, uma vez que permite a retenção da coloração e flexibilidade do cadáver, com retenção permanente da mobilidade [3]. No entanto, leva a alterações morfológicas do tecido muscular, devido à desintegração das fibras musculares, com manutenção das bainhas de colagénio e, assim, do formato do musculo [4,5]. Contudo é desconhecido o efeito deste método na morfologia de outros tecidos, sendo o conhecimento importante na eventual necessidade de realizar uma autópsia médico-legal, por exemplo. Objetivo: Deste modo, o objetivo deste trabalho é o estudo da morfologia dos tecidos após exposição à solução de Thiel, comparativamente a tecidos expostos ao formaldeído, solução fixadora universal de conservação de tecidos. Métodos: Foram dissecados diferentes órgãos de ratinhos (coração, rim, pulmão, intestino e musculo do membro inferior) e separados nos diferentes grupos de estudo: grupo 1 – tecidos expostos a formol neutro a 10% tamponado por 24 horas, grupo 2 – tecidos expostos a solução de Thiel por 24 horas e grupo 3 – tecidos expostos a solução de Thiel (12 horas) com pós fixação (12 horas) em formol neutro a 10% tamponado. Todos os tecidos foram processados e incluídos em parafina e, para a avaliação da morfologia, os tecidos foram corados com hematoxilina-eosina e com as técnicas histoquímicas de Periodic Acid-Schiff, Reticulina e Tricrómio de Masson. Resultados: A análise dos dados mostrou a existência de alterações na morfologia e integridade nos tecidos expostos à solução de Thiel e à solução de Thiel com pós-fixação quando comparado com tecidos fixados em formol neutro a 10% tamponado. Além disso, as colorações testadas apresentaram resultados não satisfatórios nas amostras do grupo 2 e 3 em relação ao grupo 1 (grupo padrão). Conclusão: Os resultados obtidos demonstram que o embalsamamento por método de Thiel provoca alterações morfológicas nos tecidos, que inviabilizam o seu estudo.