Abstract
Enquadramento: A histoquímica é a valência da Anatomia Patológica que, recorrendo a técnicas de colorações especiais, permite a identificação de estruturas celulares com base nas suas características químicas [1]. Tem um papel preponderante no exame anatomopatológico, auxiliando no diagnóstico e caracterização de várias neoplasias, como é o caso da coloração de mucicarmim para identificação de células mucinosas no carcinoma mucoepidermoide [2] e a orceína para avaliação da invasão vascular [3]. Para evitar falsos resultados, as colorações histoquímicas podem ser acompanhadas de controlos que garantam a correta execução da técnica [4]. Objetivo: Conceber e implementar um sistema interno de controlo de qualidade para a histoquímica do Serviço de Anatomia Patológica (SAP) da Unidade Local de Saúde São João (ULSSJ). Métodos: Para as 35 técnicas histoquímicas realizadas no SAP da ULSSJ, foram selecionados tecidos de controlo positivo, de acordo com as recomendações bibliográficas. Depois de colhidos, todos foram testados para garantir a positividade para as respetivas técnicas. Para as colorações que demonstram glicogénio, mucinas e fibras do tecido conjuntivo, recorreu-se à tecnologia de tissue microarray para construir um bloco de controlo único com quatro tecidos (fígado, intestino, rim e pulmão - FIRP). Definidos os controlos, foi implementado um novo workflow na área da histoquímica. Resultados: Devido ao bloco FIRP, foi constituída uma biblioteca de 16 blocos de controlos positivos. Todas as lâminas histológicas de histoquímica passaram a incorporar um tecido controlo, submetido simultaneamente às mesmas condições do tecido do exame. No final de cada técnica, a marcação do controlo é observada ao microscópio ótico para validação da qualidade da mesma. Conclusões: A introdução de um procedimento de controlos positivos permitiu uma maior precisão nos resultados, eliminando falsos positivos e/ou negativos e diminuindo os pedidos de repetições por falta de confiança nos resultados obtidos. Futuramente, pretende-se avaliar a percentagem de repetições antes e após o novo método.
References
[1] Kiernan, JA. Histological and Histochemical Methods (Theory and Practice), 4th ed.; Oxford: Scion Publishing, 2008, p4.
[2] WHO Classification of Tumours [Internet]. France: Organization; c1965-2022 [cited 2024 Oct 16]. International Agency for Research on Cancer. Available from: https://tumourclassification.iarc.who.int/welcome/#
[3] Seijben, I; Bori, R; Cserni, G. Venous invasion demonstrated by orcein staining of colorectal carcinoma specimens is associated with the development of distant metastasis. J Clin Pathol 2010, 63(7), 575-8.
[4] Iyengar, JN. Quality control in the histopathology laboratory: An overview with stress on the need for a structured national external quality assessment scheme. Indian Journal of Pathology and Microbiology 2009, 52(1), 1-5.

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