ECOS CAÓTICOS (1975) E TRADUÇÃO INTERSEMIÓTICA: NOTAS SOBRE OS PONTOS DE CONTATO ENTRE AS POÉTICAS DE JAIRO FERREIRA E SOUSÂNDRADE
DOI:
https://doi.org/10.34630/polissema.v1i23.5002Palabras clave:
Tradução intersemiótica, Sincronia, Deambulação, Cinema marginal, VanguardaResumen
A produção artística contemporânea interessada na oxigenação da linguagem parece dinamizar os interstícios formais das obras, abandonando o apelo ao específico, numa virada próxima à sinestesia e à hibridização. Nesse sentido, este trabalho deteve-se à análise comparada entre duas obras situadas em meios distintos, quais sejam: poema e cinema. O curta-metragem intitulado “Ecos caóticos” (1975), do diretor Jairo Ferreira, é responsável por abordar sincronicamente módulos informacionais contidos na poética de Sousândrade em seu longo poema O Guesa, daí a aproximação levada à cabo neste estudo. Para tal, recorreu-se à tradução intersemiótica (Plaza, 1987), abordagem crítica que considera a interação das obras em sistemas semióticos dispares. Além disso, a leitura que se desenvolveu sobre o poema e o curta-metragem orientou-se a partir de um ponto em comum: a temática da viagem, do périplo, da deambulação. Problematizou-se, ainda, a questão da vanguarda na concepção ética e estética dos criadores em consonância com a categoria inventor elaborada pelo crítico e poeta estadunidense Ezra Pound (1990) – no caso do cineasta, tal elaboração interage com a particularização de sua poética no cerne do cinema marginal produzido no Brasil. No trato com o conteúdo do poema quando da tradução operada por Ferreira, outras áreas que não a teoria/crítica literária foram articuladas para ampliar a discussão, de tal maneira que a antropologia e os estudos urbanos sustentaram algumas questões no que se refere à representação do ameríndio nas duas expressões artísticas e na relação dos personagens com o espaço.
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