Resumo
Enquadramento: A rinossinusite consiste numa inflamação simultânea da mucosa nasal e dos seios paranasais (SPN), podendo ser classificada como aguda, aguda recorrente ou crónica [1-2]. Pode originar sintomas como obstrução nasal, rinorreia, cefaleias, dor ou pressão facial, alterações no olfacto e tosse, sendo uma das condições mais frequentes a afetar as vias aéreas superiores [1-3]. As causas mais comuns são infeções virais e bacterianas, alergias e alterações anatómicas com interferência na drenagem dos SPN [1-2]. Objetivo: Explorar o papel da radiologia convencional (RC) no diagnóstico e seguimento da rinossinusite. Métodos: Revisão narrativa da literatura, complementada com caso clínico ilustrativo. Resultados: O recurso a exames de imagem na rinossinusite deve ser criterioso, podendo incluir a RC, a tomografia computorizada (TC) e a ressonância magnética (RM) [1-6]. O estudo dos SPN por RC pode realizar-se com incidências de Waters, perfil e Hirtz [2,7]. Na presença desta condição, podem ser identificados o espessamento das mucosas dos SPN, presença de níveis hidroaéreos e opacificação dos seios [1-2,4,6-7]. Esta técnica apresenta limitações de sensibilidade e especificidade e limitações na avaliação adequada de complicações, no entanto, pela sua maior disponibilidade, custo reduzido e dosimetria mais favorável, em comparação à TC, o estudo dos SPN por RC continua a ser usado na triagem inicial desta condição e em casos de menor complexidade [1-2,4,6-7]. A TC é o exame de eleição para avaliação da rinossinusite recorrente e crónica, bem como complicações associadas, permitindo obter imagens detalhadas das cavidades sinusais, identificando possíveis alterações ósseas, não devendo, no entanto, ser prescrita rotineiramente em casos simples [1-3,4,6]. Conclusões: Apesar das limitações descritas, a RC desempenha um papel importante na triagem inicial da rinossinusite e na gestão de casos menos complicados, apresentando, como vantagens, a disponibilidade, o baixo custo e a menor exposição à radiação, em comparação com a TC.
Referências
[1] Comitê de Rinossinusite da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. Diretrizes brasileiras de rinossinusite. Rev Bras Otorrinolaringol. 2008;74(2 Supl.):1-59. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rboto/a/xqgHnsqjbQpdrQPtrfFM7fs/?lang=pt
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[6] Fokkens WJ, Lund VJ, Hopkins C, Hellings PW, Kern R, Reitsma S, et al. European Position Paper on Rhinosinusitis and Nasal Polyps 2020. Rhinology. 2020 Feb;58(Suppl S29):1-464.
[7] Bontrager KL. Tratado de Técnica Radiológica e Base Anatômica. 8ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier Editora; 2015.

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