Teletrabalho e Bem-estar: violações das fronteiras e recuperação
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.vi10.4350Palavras-chave:
Recuperação, Distanciamento, Relaxamento, Violações Fronteiras, Teletrabalho, Engagement, FlourishingResumo
A COVID-19 trouxe grandes alterações, como o teletrabalho obrigatório em profissões que não estavam habituadas a este, como os professores, que durante o confinamento tiveram de realizar remotamente todas as atividades letivas (Hollweck & Doucet, 2020). O presente estudo baseia-se na teoria da conservação dos recursos e tem como objetivos explorar a relevância da recuperação na relação das violações das fronteiras interdomínios no engagement e no flourisinhg em professores em teletrabalhadores.
A teoria das fronteiras (Clark, 2000; Ashforth et al., 2000) explica que a separação entre os vários domínios que compõe a vida do sujeito é feita por fronteiras. O teletrabalho torna as fronteiras mais permeáveis (Anderson & Kelliher, 2009), em especial no confinamento obrigatório onde toda a família partilhou o mesmo espaço (Kevin et al., 2020). Tal facilitou a ocorrência de violações interdomínios (Kreiner, Hollensbe & Shepp, 2009), que acarretam consequências negativas e elevado dispêndio de recursos (Carlson et al., 2015) e que podem ocorrer no sentido família-trabalho (VFT) e trabalho-família (VTF). A teoria da conservação dos recursos (COR; Hobfoll, 1989, 1998) enfatiza o contributo dos recursos no bem-estar do sujeito e diz-nos que as pessoas estão motivadas para adquirir, proteger, desenvolver e reconstruir recursos que sejam importantes para si. As violações, ao despenderem recursos e impedirem a sua reposição, são nefastas para o engagement porque este estado mental positivo relacionado com o trabalho (Bakker et al., 2008) requer a existência de recursos disponíveis (Kahn, 1990). Por outro lado, a recuperação permite a reposição dos recursos despendidos (Sonnentag, 2018) e a aquisição de novos recursos (Brummelhuis & Bakker, 2012), contribuindo assim para o engagement (Kuhnel, Sonnentag & Westman, 2009). O distanciamento do trabalho e o relaxamento são duas dimensões da recuperação (Sonnentag & Fritz, 2007) e ambos têm efeitos positivos no engagement (Innanena, Tolvanenb & Salmela-Aroa, 2013; Weigelt, Gierer & Syrek, 2019). [...]
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