A gestão de recursos humanos e a sua ética profissional: um estudo exploratório
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.v0i5.2209Palavras-chave:
Gestão de recursos humanos;, Profissionais;, Dilemas éticos;Resumo
A crescente desregulação das relações de trabalho a par do crescimento das taxas de desemprego e das tensões que atravessam o mundo do trabalho em geral e dos negócios em particular fazem com que a ética, seja ela profissional ou empresarial, esteja cada vez mais presente nos debates em torno da acção dos profissionais de recursos humanos. Favoritismo no recrutamento, inconsistências no pagamento aos trabalhadores, disciplina, assédio sexual, discriminação racial e brechas na confidencialidade são alguns dos dilemas apontados por Wiley (2000) com os quais os profissionais de recursos humanos se deparam a que acrescem questões relacionadas com a saúde e segurança, o reporte de situações de má conduta de outros trabalhadores e gestores e situações relacionadas com as relações laborais (Gramberg e Menzies, 2006).
Face à relevância dos comportamentos éticos dos profissionais de recursos humanos para o seu reconhecimento e credibilização quer no quadro da empresa quer da sociedade em geral, procuramos com esta comunicação dar conta dos resultados de um trabalho de investigação empírica cujo objectivo principal se centra na análise dos principais dilemas éticos com que se deparam os profissionais de recursos humanos bem como o modo como procuram resolver esses mesmos dilemas. Para a prossecução deste objectivo procedemos à realização de um estudo exploratório com base em 6 entrevistas semi-diretivas a uma amostra por conveniência de profissionais de recursos humanos.
Os resultados obtidos a partir da análise de conteúdo das entrevistas permitem-nos verificar que existe uma consciência relativamente aos problemas éticos que atravessam a sua acção profissional, e que tais problemas influenciam as suas práticas, acções e comportamentos sendo essa consciência o resultado de uma aprendizagem quotidiana. Já no que respeita aos modos de resolver os dilemas éticos com que se deparam, os profissionais entrevistados parecem remeter as soluções para a sua capacidade em mobilizar o bom senso como competência política central.