O burnout: estudo numa amostra de professores do Ensino Superior público português

Autores

  • Anabela Aguilar APNOR
  • Alexandra Ribeiro da Costa Instituto Superior de Engenharia do Porto/IPP

DOI:

https://doi.org/10.26537/iirh.v0i5.2182

Palavras-chave:

Professores;, Burnout;

Resumo

Nas últimas décadas temos vindo a assistir a uma mudança de paradigma no que diz respeito ao emprego. A ideia de um emprego para toda a vida, há muito que é utopia! A vida moderna gera preocupações que muitas vezes levam a um estado de angústia, cansaço, medo e tensão, que podem levar ao stress. O trabalho tem grande importância na vida dos indivíduos. Este irá ocupar os indivíduos oito horas diárias, durante mais de trinta anos. Dada conjuntura atual os números podem vir a aumentar! Neste sentido, grande parte das nossas vidas é passada a trabalhar daí este ser de suma importância no nosso bem-estar físico e psicológico. Infelizmente, este nem sempre possibilita o reconhecimento, crescimento e independência profissional originando frequentemente desmotivação, desinteresse, irritação e no limite um sentimento de exaustão que quando ocorrem poderá dar origem à síndrome de burnout. Estudos demonstram que o desequilíbrio na saúde profissional tem repercussões na qualidade dos serviços prestados e na sua produtividade. Os custos que este desequilíbrio tem para a empresa são elevados, por exemplo, podem traduzir-se no aumento do absentismo, rotatividade, substituição temporária ou permanente dos trabalhadores, novas contratações, necessidade de dar formação, etc. (Pereira, 2010).

Neste sentido, um pouco por todo o mundo, investigadores começaram a dar importância ao fenómeno psicológico burnout.

A primeira definição de burnout foi proposta por Freudenberger (1974) tendo definido burnout como um estado de fadiga ou de frustração provocado pela devoção a uma causa, modo de vida ou uma relação que não produziu as recompensas desejadas. Ao sentimento de exaustão poderá associar-se outros sintomas como, por exemplo, cinismo, irritabilidade, distanciamento emocional, aborrecimento, etc. Para Maslach e Schaufeli (1993) o burnout deve ser considerado como um prolongamento do stress ocupacional, sendo resultado de um processo de longa duração, em que o trabalhador sente que os seus recursos para lidar com as exigências impostas já estão “esgotados”. Neste sentido, Leiter (1993) propõe o estudo do burnout enquanto processo que se desenvolve ao longo do tempo. Segundo Maslach, Schaufeli e Leiter (2001), o burnout é uma síndrome multidimensional constituída por três dimensões: esgotamento emocional, despersonalização e reduzida realização profissional.

Inicialmente, os estudos centraram-se nas profissões que envolviam uma relação assistencial ou de ajuda, como no caso dos médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais. Contudo, não tardou que estes fenómenos pudessem estar presentes na profissão de professores de uma forma muito significativa. O exercício da docência é, sobretudo nos nossos dias, uma das profissões mais sujeitas a elevados níveis de stress. Nesta situação, existem professores que conseguem adaptar-se às dificuldades que o exercício da sua atividade profissional lhes coloca, outros há que vivenciam o burnout por dificuldade em se adaptar à sua atividade profissional.

Neste artigo, procuraremos explicar o fenómeno do burnout no exercício da docência. Objetivamente pretendemos estudar a relação deste conceito com as variáveis sociodemográficas e socioprofissionais.

Para isso, foi realizado um estudo de âmbito quantitativo, numa amostra constituída por 154 docentes do ensino superior público português. Na amostra 57 % indivíduos são do sexo feminino e 44% do sexo masculino, com idade média de 44 anos e, 71% casados / união de facto.

Os resultados obtidos indicaram a não existência de resultados estatisticamente significativos na relação do burnout com as variáveis demográficas e profissionais, com exceção do estado civil.

Publicado

2014-04-04

Como Citar

Aguilar, A., & Costa, A. R. da. (2014). O burnout: estudo numa amostra de professores do Ensino Superior público português. Conferência - Investigação E Intervenção Em Recursos Humanos, (5). https://doi.org/10.26537/iirh.v0i5.2182