O percurso profissional dos diretores de comidas e bebidas
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.v0i5.2160Palavras-chave:
Food and beverage management;, Hospitality management;, Career;, Competency;Resumo
Este estudo pretende apurar em que medida é que o ter um curso superior na área da gestão hoteleira poderá contribuir para chegar mais rápido à função de diretor de comidas e bebidas (D C&B) de um hotel (quatro e cinco estrelas, das cidades do Porto e de Vila Nova de Gaia). Tem como objetivos conhecer o seu percurso profissional; identificar os elementos que mais contribuíram para chegar a esta função; caracterizar o seu perfil; conhecer quais são os seus objetivos para o seu futuro profissional e enumerar algumas sugestões para os estudantes e diplomados na área. É um tema pouco estudado e que pode ajudar os estudantes e os diplomados, a chegar à função de D C&B e a planearem melhor a sua carreira. A metodologia seguida foi qualitativa (Barañano: 2008; Bardin: 1977; Phillimore & Goodson: 2004), baseada na análise de conteúdo de seis entrevistas semiestruturadas, a quatro D C&B de hotéis de cinco estrelas e a dois de quatro estrelas (amostra por conveniência). Os D C&B entrevistados são todos do sexo masculino, têm em média trinta e seis anos e nenhum tem formação superior. Cerca de dois terços têm formação técnica pós secundária em hotelaria e os restantes só têm experiência profissional. Todos começaram o seu percurso profissional pela área operacional, passando depois para funções de chefia de seção, chegando à função de D C&B ao fim de 12,7 anos (em média). Os que têm formação técnica pós secundária precisam de menos tempo (8,5 anos em média) para chegarem à função de D C&B, enquanto os outros precisam do dobro do tempo. Todos trabalharam em vários hotéis e alguns em cruzeiros. Dos elementos que mais contribuíram para chegar à função de D C&B destacam-se a formação técnica pós secundária, os estágios, a formação contínua, as diversas experiências nacionais e internacionais, a disponibilidade e ter objetivos para atingir. As competências que identificamos acerca do perfil do D C&B são a forma de gerir o stress, ser determinado e persistente, (soft skills), de liderança e de gestão de equipas, comunicação, (general skills), conhecimentos técnicos sobre a operação e gestão de comidas e bebidas, cultura gastronómica e comercial (specific skills). Ter um curso técnico ou superior em gestão hoteleira, experiência profissional, disponibilidade e mobilidade geográfica é importante. A curto prazo pretendem solidificar a sua posição e, no longo prazo, apenas metade pretende chegar à função de diretor geral de um hotel. Aos estudantes e diplomados em gestão hoteleira, sugerem que fixem objetivos, tenham disponibilidade e mobilidade geográfica, passar em várias seções do D C&B e fazer estágios. Este estudo contribui para que os estudantes e diplomados em gestão hoteleira possam planear melhor a sua carreira e conhecermos melhor o perfil desta função. Em termos futuros, importa alargar este estudo a mais diretores e outras regiões, assim como incluir no estudo os estudantes e diplomados para conhecer as suas expectativas e plano de carreira, assim como a perspetiva dos responsáveis de recursos humanos.