O papel do capital psicológico na construção das perceções de crise em contexto organizacional: implicações para a gestão de recursos humanos
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.v0i5.2158Palavras-chave:
Crise;, Declínio organizacional;, Capital psicológico;, Monitorização do meio;, Gestão de recursos humanos;Resumo
No ambiente atual de mudanças tecnológicas, de desregulamentação dos mercados, de intensa competição, existem cada vez mais empresas que são forçadas a reduzir a sua dimensão, redefinir mercados, produtos, tecnologia, serviços, modificar suas estratégias e estruturas, para se manterem competitivas (Lewin & Johnston, 2000). Outras declinam e eventualmente têm que lidar com a falência e a dissolução.
A forma como os decisores encaram o desafio da crise e as opções que fazem pode ser diferenciada (Musteen et al, 2011). Os investigadores recentemente têm identificado a importância das diferenças individuais, demográficas e de personalidade, na cognição em situações de crise, para perceber como amplificam, ou não, (e.g. Boal e Hooijberg, 2000, Mumford et al., 2007) os contextos específicos e como a tomada de decisão é construída em situação de crises graves.
O presente estudo tem como objetivo compreender a perceção que os decisores e os trabalhadores têm do contexto, as estratégias e meios de monitorização desse contexto (interno e externo) e a associação com as perceções da crise/declínio da indústria e da organização, tendo em conta as características do Capital Psicológico (Resiliência, Esperança, Auto-eficácia e Otimismo) quer dos decisores quer dos trabalhadores.
Pretende-se testar empiricamente, a relação de moderação do capital psicológico sobre a relação entre monitorização do meio e perceção de crise organizacional percebida pelos decisores e trabalhadores.
O presente estudo assenta num estudo de caso realizado em 7 empresas industriais em Portugal. Os resultados do presente estudo mostram que 1) existe uma moderação do capital psicológico sobre a relação entre monitorização do meio e perceção da crise; 2) existem diferenças significativas entre as perceções de crise por parte dos trabalhadores e decisores 3) e existem diferenças de perceção resultantes das características do capital psicológico destes atores.
O presente estudo discute as implicações práticas dos resultados, sobressaindo a importância que o capital psicológico exerce sobre as perceções de crise organizacional o que levará a tomadas de ação/reação diferenciadas e a estratégias de recursos humanos específicas para fazer face à situação que as organizações atualmente vivem.