Poéticas Ficcionais e Percursos Imaginários em City Of Glass de Paul Auster
DOI :
https://doi.org/10.34630/erei.vi3.3909Mots-clés :
Auster, Nova Iorque, Linguagem, Poética, Ficção, ImaginárioRésumé
Nas três narrativas que constituem The New York Trilogy–City of Glass, Ghostse The Locked Room–Paul Auster emprega e desconstrói os elementos convencionais doromance policial, elaborando uma investigação recorrente da natureza, função e significado da linguagem, mas também da solidão, do encerramento e da problemática da identidade. A produção narrativa de Auster evoca fantasmas logocêntricos tradicionais (como a presença, a realidade e a verdade), que fazem eco do princípio de indissolubilidade entre palavra e significado, apenas para lograr esta identidade através de uma orientação textual para a marcação da ficcionalidade e consequente reforço dos efeitos designificação ilusórios. Auster altera os mecanismos logrando as expectativas do leitor em relação ao epílogo e à transparência textual, que um pacto mimético faria pressupor. O espaço vazio resultante confere ao texto uma liberdade plurissignificativa quedispersa todas as certezas e veicula o poder da criação do caos. Sob a aparência de fluência narrativa, a escrita de Paul Auster esconde uma subversão das premissas básicas da literatura realista e dos signos referenciais, numa poética auto-reflexiva ficcionalizada sobre a estruturação de universos imaginários.
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