A ESCRITA PÓS-MODERNISTA EM "SE NUMA NOITE DE INVERNO UM VIAJANTE", DE ITALO CALVINO
DOI:
https://doi.org/10.34630/polissema.vi19.3657Palavras-chave:
pós-modernismo, Italo Calvino, literatura comparada, hipertexto, metaficção, hiper-realidadeResumo
O objetivo do presente artigo é delinear os princípios e métodos que distinguem uma obra literária pós-modernista. O caso prático consiste na análise dos meios estilísticos utilizados por Italo Calvino, no seu romance Se Numa Noite de Inverno um Viajante, que transformaram esta obra num exemplo de literatura pós-moderna. A fundamentação teórica assenta, nomeadamente, nos conceitos sobre pós-modernismo de Jean Baudrillard, Ihab Hassan, Matei Calinescu e David Damrosch.
O romance, escrito em forma de narrativa não linear, abrange dez histórias estilisticamente diferentes que terminam de repente no seu ponto culminante.
Por meio das ferramentas pós-modernistas, Calvino desconstrói a narrativa conceitual, substituindo-a por uma estrutura textual complexa, ao mesmo tempo ambígua e cativante. Neste exercício de estilo, Calvino exemplifica quais são os modelos e os tipos do romance moderno (do neorrealismo ao surrealismo, passando pela literatura fantástica e neovanguardista) e apresenta, em forma de metanarrativa, a sua conceção de romance, enquanto jogo combinatório de palavras, em que a realidade é substituída pelo universo linguístico. Um texto seria, assim, a passagem do mundo das coisas, ao mundo das palavras, do mundo vivido, ao verbal; em suma, do mundo não-escrito ao mundo escrito – como lugar literário por excelência.
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