FAZER UMA HISTÓRIA DA PRÓPRIA VIDA. NARRATIVA PESSOAL E MEMÓRIA COMUNICATIVA EM «PAUL SCHATZ IM UHRENKASTEN», DE JAN KONEFFKE
DOI :
https://doi.org/10.34630/polissema.v0i11.3089Mots-clés :
Identidade, (Pós)memória, Memória comunicativa, Representação do Holocausto, VergangenheitsbewältigungRésumé
O presente trabalho propõe uma reflexão sobre as noções de identidade e narrativa pessoal, tópicos que se encontram estreitamente relacionados com a
capacidade de auto-representação de um sujeito. Tendo em conta que a autorepresentação é necessariamente elaborada a partir de processos de rememoração, a questão da memória enquanto elemento que directamente influencia a formação identitária torna-se num tópico emergente. Com este objectivo em mente, sublinharei a importância da noção de continuidade biográfica, da capacidade de elaboração de uma narrativa pessoal, enquanto prerrogativa essencial para que o sujeito alcance um sentido de coerência e coesão identitárias. Por outro lado, argumentarei que não serão apenas as memórias resultantes da experiência do sujeito a contribuir para o processo da sua formação identitária; no caso concreto das gerações pós-Holocausto, as narrativas recebidas do passado, memórias transmitidas quer de forma simbólica, quer através dos elementos mais velhos do grupo – o que entretanto designamos de “pós-memória” – também influenciam o mapa identitário de um sujeito. Este enquadramento teórico será ilustrado com base no romance Paul Schatz im Uhrenkasten, do escritor alemão de segunda-geração Jan Koneffke.
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