N.º 7 (2007)
Artigos

NEGRITUDE E LITERATURA DE CORDEL: UMA ÉPICA DA INTERCULTURALIDADE ANTE O SUPRANACIONAL

Publicado 2019-08:-21

Palavras-chave

  • cordel,
  • literatura,
  • cultura,
  • racismo,
  • tradição

Como Citar

M. Bora, Z. (2019). NEGRITUDE E LITERATURA DE CORDEL: UMA ÉPICA DA INTERCULTURALIDADE ANTE O SUPRANACIONAL. POLISSEMA – Revista De Letras Do ISCAP, (7), 262–279. https://doi.org/10.34630/polissema.vi7.3310

Resumo

Escrever é um dos mais poderosos instrumentos usados pela mídia para levar informações vitais. Nesse sentido, o efeito das “novas ideologias”, para valorização da identidade afro-brasileira, incidem diretamente sobre a produção literária como uma mensagem rigorosamente direcionada a um público menos especializado como receptor. O presente artigo discute a relação entre o gênero cordel e algumas das políticas culturais aplicadas no nordeste do Brasil. Tal estratégia vem comprovar não apenas o processo ativo de negociação entre os grupos subalternizados e os discursos dos poderes hegemônicos, mas também a reatualização do gênero literário do cordel, com o aparecimento de novos narradores e temáticas. Como se observa estes narradores estão plenamente conscientes dos seus papéis políticos ante a comunidade de que, fazem parte. Circulando em um espaço geográfico urbano, a produção não depende da condição econômica de seus leitores para sua aquisição, uma vez que sua distribuição centraliza-se na informação gratuita. Ao contrário da literatura “tradicional”, o real e o verossímil possuem objetivos definidos como informar e ensinar o destinatário sobre a nova lei em vigor. Nesse caso, a literatura cumpre de imediato um de seus papéis clássicos, o de ser útil, revestindo-se de funções igualmente nobres, provocando a “catarse social” de indivíduos pela aquisição de um saber inerente `a sua condição de cidadão.