Resumo
Enquadramento: A distribuição individual diária consiste no envio dos medicamentos prescritos para cada doente, para um período de 24 horas durante a semana e 48 horas durante o fim-de-semana. A distribuição inicia-se pela prescrição médica eletrónica, de seguida procede-se à validação da prescrição pelos serviços farmacêuticos. Posteriormente, a preparação e o envio da medicação para os serviços clínicos são realizados com recurso a módulos que possuem gavetas reservadas a cada um dos doentes internados, identificadas unitariamente e por doente. [1] Apesar da distribuição individual diária aumentar a eficiência através da diminuição dos erros associados à administração de medicamentos, possui o inconveniente de originar revertências de medicamentos aos serviços farmacêuticos, que posteriormente necessitam de ser reintroduzidos individualmente no circuito do medicamento gerando assim um aumento do volume de trabalho.
Objetivo: O presente estudo teve como objetivo investigar as principais causas das revertências aos serviços farmacêuticos de medicamentos não consumidos pelos serviços clínicos, identificando problemas e propondo soluções para os mesmos.
Métodos: De forma a dar resposta aos objetivos da dissertação, foram recolhidos dados relativos aos medicamentos revertidos aos serviços farmacêuticos de dois serviços clínicos selecionados, durante um período de duas semanas. Adicionalmente, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os enfermeiros-chefes dos serviços selecionados e um focus group com alguns profissionais de farmácia intervenientes no processo das revertências.
Resultados: Verificou-se que 5% e 6% de todos os medicamentos devolvidos representam 30% e 51% do número total de unidades devolvidas, para o serviço médico e cirúrgico respetivamente. Verificou-se ainda a necessidade de estabelecer locais próprios, acoplados às camas dos doentes, para o transporte de medicamentos entre serviços, assim como da identificação de locais para rececionar a medicação nos serviços clínicos.
Conclusões: Conclui-se que as revertências possuem uma origem multifatorial, contudo, existem causas que possuem um maior impacto no volume de revertências, pelo que devem ser solucionadas em primeira instância.
Referências
Conselho do Colégio de Especialidade de Farmácia Hospitalar. Manual de Boas Práticas de Farmácia Hospitalar,
Capítulo D: Distribuição. Ordem dos Farmacêuticos, 2019.
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0.
Direitos de Autor (c) 2023 Teresa Silva, Susana Oliveira