Atividade do vírus sincicial respiratório durante a pandemia de COVID-19
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Palavras-chave

COVID-19
SARS-CoV-2
vírus sincicial respiratório
epidemiologia

Como Citar

Oliveira, M., Martins, N., & Amorim, M. (2023). Atividade do vírus sincicial respiratório durante a pandemia de COVID-19. Proceedings of Research and Practice in Allied and Environmental Health, 1(1), 4. https://doi.org/10.26537/prpaeh.v1i1.5175

Resumo

Introdução: O Vírus Sincicial Respiratório (RSV) tem grande impacto socioeconómico nos Sistemas de Saúde já que representa a principal causa de infeção aguda do trato respiratório inferior em crianças até aos 5 anos de idade [1,2]. Este vírus sazonal apresenta atividade em Portugal entre os meses outubro e maio [3]. Após início da pandemia da Doença do Coronavírus 2019 (COVID-19), implementaram-se medidas de saúde pública que afetaram igualmente a atividade do RSV [4,5]. Objetivo: Estudar o perfil epidemiológico do RSV em doentes pediátricos que recorreram ao Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim - Vila do Conde, no período de 1 de setembro de 2019 até 31 de março de 2022. Metodologia: Realizou-se estudo observacional com análise e sistematização dos resultados da pesquisa de RSV por Reação em Cadeia da Polimerase, através da consulta de registos existentes no SISLAB® de doentes pediátricos. Resultados: A atividade do RSV na época sazonal 2019/2020 iniciou na semana 49 de 2019 e terminou na semana 11 de 2020. Na época sazonal 2020/2021 não se registaram casos de infeção. Registou-se novamente atividade do RSV desde a semana 24 de 2021 até à semana 3 de 2022. Relativamente à distribuição dos casos de infeção antes e depois do período pandémico, as crianças com idade inferior a 13 meses representaram 57,1% dos casos entre 2019 e 2020, e 24,3% entre 2021 e 2022. Conclusão: A ausência de atividade do RSV na época sazonal 2020/2021 coincidiu com a implementação de medidas de controlo da COVID-19. O surto inter-sazonal em 2021 registou-se após a flexibilização das mesmas, observando-se assim um perfil epidemiológico do RSV diferente do habitualmente registado em Portugal. Estes resultados destacam a importância de uma vigilância epidemiológica continua do RSV para rever o período da administração da profilaxia com Palivizumab e para uma melhor gestão da capacidade hospitalar.

https://doi.org/10.26537/prpaeh.v1i1.5175
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Referências

Direção-Geral da Saúde. Norma Nº 012/2013 (Prescrição de Palivizumab para Prevenção de Infeção pelo Vírus Sincicial Respiratório em Crianças de Risco). Lisboa: DGS. 2015.

Centers for Disease Control and Prevention. Respiratory Syncytial Virus Infection (RSV) [Internet]. CDC; n.d. [cited 2022 Feb 7]. Available from: https://www.cdc.gov/rsv/index.html

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Baker RE, Park SW, Yang W, Vecchi GA, Jessica C, Grenfell BT. The impact of COVID-19 nonpharmaceutical interventions on the future dynamics of endemic infections. Proceedings of the National Academy of Sciences. 2020; 117:30547–53.

Williams TC, Sinha I, Barr IG, Zambon M. Transmission of paediatric respiratory syncytial virus and influenza in the wake of the COVID-19 pandemic. Eurosurveillance. 2021; 26:1–6.

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