Abstract
Enquadramento: O meduloblastoma é o tumor maligno do sistema nervoso central mais comum na pediatria. A radioterapia com protões é cada vez mais utilizada no tratamento deste tipo de cancro, permitindo maior precisão na entrega da dose de radiação ao tumor, redução dos efeitos colaterais e proteção dos órgãos de risco. A irradiação do neuroeixo expõe grande parte dos órgãos à radiação, tornando-se um dos fatores mais relevantes a nível de toxicidades tardias [1]. Objetivo: Realização de uma revisão bibliográfica de artigos científicos sobre o tratamento de radioterapia com protões em meduloblastomas e as toxicidades tardias associadas. Métodos: Foi realizada uma pesquisa exaustiva de artigos nas bases de dados da PubMed e Sciencedirect, recorrendo às palavras chave “Medulloblastoma”, “Radiotherapy with Protons” e “Late Toxicities”, e utilização de critérios de inclusão (data de publicação - 6 anos, idioma - Português e Inglês, entre outros). Após triagem foram obtidos 7 artigos [2]. Resultados: Os artigos analisados abrangeram a população pediátrica e adulta [3], com pacientes de risco standard e alto risco que realizaram radioterapia com protões depois da cirurgia e com diferentes perfis moleculares. Os resultados evidenciaram que a disfunção cognitiva associada à radioterapia é a mais afetada pelo tratamento [7] assim como a patologia endócrina associada ao menor índice de hipotiroidismo, comparando com tratamentos convencionais. Verificou-se que a dispersão dos neutrões não é tão pronunciada, como seria expectável, na indução de tumores secundários radioinduzidos. Salienta-se que o súbito fall-off distal permite reduzir as toxicidades na região torácica anterior [1,4-8]. Conclusões: Evidenciam-se vantagens na utilização da radioterapia com protões para o tratamento de meduloblastomas, apesar de persistirem incógnitas. Há necessidade de novos estudos no sentido de potenciar uma avaliação mais aprofundada para confirmar a redução das toxicidades tardias com esta técnica específica.
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