A eficácia da Psilocibina na cessação tabágica e no tratamento da dependência de álcool: uma revisão sistemática
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Palavras-chave

cessação tabágica
dependência do consumo de álcool
eficácia
tratamento
Psilocibina

Como Citar

Sá Pereira, E., Pinho, C., & Correia, P. (2023). A eficácia da Psilocibina na cessação tabágica e no tratamento da dependência de álcool: uma revisão sistemática. Proceedings of Research and Practice in Allied and Environmental Health, 1(1), 5. https://doi.org/10.26537/prpaeh.v1i1.5171

Resumo

Introdução: O consumo de tabaco e de álcool surgem como duas das maiores causas de mortalidade e comorbilidade a nível mundial [1,2]. A psilocibina tem revelado potencial no tratamento destas condições dada a eficácia reduzida das terapêuticas convencionais [3,4,5]. Objetivo: Este estudo pretende avaliar a eficácia da psilocibina na cessação tabágica e na dependência do consumo de álcool e comparar a qualidade da metodologia, intervenção, segurança e medidas aplicadas de futuros ensaios clínicos. Métodos: Pesquisa de artigos científicos e protocolos experimentais na Pubmed, ClinicalTrials, ScienceDirect e B-On, sem limitação de datas de publicação. Revisão elaborada segundo os critérios PRISMA [6] e a avaliação do risco de viés dos artigos científicos incluídos [7,8]. Resultados: Intervenção de psilocibina e psicoterapia demonstraram diminuições significativas nas medidas do consumo de álcool [t(8)=3.477,p=0.008;DM(DP)=26.0(22.4)] e tabaco [t(14)=11.6,p<0.001; M(DP)intake=16.5(4.3); M(DP)6meses=2.7(5.5)]. Obtiveram-se taxas de abstinência de tabaco de 60% aos 30 meses de acompanhamento (em média). Existiram mudanças significativas em medidas psicológicas referentes ao consumo de tabaco, nomeadamente, desejo de fumar, motivação e autoeficácia (p<0.05). Existiram correlações entre os resultados clínicos e a intensidade da experiência mística no álcool (p<0.05), correlação negativa de PHDD entre HRS-Intensity e MEQ total. Correlação negativa da intensidade da experiência entre o desejo e a autoeficácia. Uma correlação positiva entre autoeficácia e MEQ total, este superior no grupo experimental. Os efeitos adversos foram considerados leves e transitórios. Verificou-se aumento significativo da qualidade da metodologia dos protocolos, da quantidade de ensaios clínicos randomizados e da robustez das intervenções. Conclusão: Os resultados evidenciam o potencial da psilocibina na cessação tabágica e no tratamento da dependência do consumo de álcool, porém, ainda não fornecem evidências científicas suficientes que suportem um programa terapêutico seguro e eficaz. A qualidade de futuros estudos torna promissora a evolução da investigação da eficácia da psilocibina nestas condições.

https://doi.org/10.26537/prpaeh.v1i1.5171
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Referências

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