Da desfuturização da GRH numa organização temporária

o caso de uma organização start-up

Autores

  • João Vasco Coelho CIES/ISCTE-IUL

DOI:

https://doi.org/10.26537/rebules.vi29.2588

Palavras-chave:

Gestão de Recursos Humanos (GRH), Start-up, Organização temporária, Tempo, Desfuturização

Resumo

No contexto nacional, a referência a uma organização start-up, tem definido, no plano dos discursos político e mediático, uma amenidade, uma platitude, correlativa da apologia dos seus méritos como factos consumados, anódinos, salvíficos. Neste quadro, é reduzida a visibilidade de perspectivas que procurem interrogar este fenómeno, em si mesmo relevante, para uma putativa recomposição das práticas que enformam a actividade económica nacional . Apresentando como suporte empírico um conjunto de observações registadas em diário de campo constituído no decurso de uma pesquisa longitudinal realizada entre Novembro de 2014 e Novembro 2015, numa das organizações start-up portuguesas que maior crescimento (e visibilidade) tem conhecido nos últimos três anos, o presente artigo procura explorar a praxis da gestão de RH (GRH) observável no contexto de uma organização start-up. Regista-se, em termos empíricos, uma praxis de GRH tributária de uma lógica e uma cultura de gestão ancorada na experimentação e na descontinuidade, que são apresentadas, em termos discursivos, como necessidades estratégicas da organização . Num quadro de ação pontuado pela incerteza, a promoção deliberada de rutura(s), de descontinuidade (nas práticas, nas equipas, nos objectivos), procura afirmar uma aparência de desenvolvimento distintivo da organização start-up, o acesso a um estádio de maturidade organizacional qualitativamente diferenciada . Trata-se de uma GRH desfuturizada, cujo foco é colocado, no essencial, no presente imediato. Sugerem-se duas implicações desta orientação normativa: a persistência de um sentido geral de incerteza, volatilidade e impermanência; a tendência de desfuturização de práticas de gestão e de experiências individuais de trabalho .

Biografia Autor

João Vasco Coelho, CIES/ISCTE-IUL

Investigador Associado do CIES/ISCTE-IUL. Doutorando em Sociologia pelo ISCTE-IUL. Mestre em Sociologia do Trabalho, do Emprego e das Organizações pelo ISCTE-IUL. Licenciado em Psicologia (pré-Bolonha) pela Universidade de Coimbra.

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Publicado

2017-12:-01

Como Citar

Coelho, J. V. (2017). Da desfuturização da GRH numa organização temporária: o caso de uma organização start-up. Revista De Ciências Empresariais E Jurídicas Journal of Business and Legal Sciences, (29), 107–129. https://doi.org/10.26537/rebules.vi29.2588