A relação entre Apoio Social, Inteligência Emocional e Estratégias de Gestão de Conflitos
Evidências de um Estudo Empírico
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.vi12.6055Palavras-chave:
Apoio Social, Inteligência Emocional, Estratégias de Gestão de Conflitos, Desenvolvimento Sustentável, ODSResumo
A gestão das relações laborais e os conflitos no ambiente de trabalho têm sido objeto de intensa investigação e preocupação no campo da psicologia organizacional. Esta atenção deve-se, em grande parte, ao reconhecimento do impacto significativo que estes fatores exercem sobre a perceção de bem-estar dos trabalhadores e, consequentemente, sobre o funcionamento global das organizações. A literatura científica tem demonstrado que o apoio social no local de trabalho desempenha um papel crucial na preparação dos colaboradores para enfrentar as pressões diárias e os conflitos inevitáveis que surgem no contexto profissional (Bjørlykhaug et al., 2022; Matick et al., 2021). Neste cenário, a Inteligência Emocional (IE) emerge como um constructo de particular interesse. Definida como a capacidade de reconhecer, compreender e gerir as emoções próprias e alheias (Mayer & Salovey, 1997), a IE apresenta-se como uma variável que pode ter um efeito moderador na complexa relação entre o apoio social percebido e as estratégias de gestão de conflitos adotadas pelos colaboradores (Valente & Lourenço, 2020).
O presente estudo quantitativo teve como objetivo principal investigar o efeito moderador da IE na relação entre o apoio social percebido pelos colaboradores (tanto por parte dos colegas de trabalho quanto da chefia) e a utilização de determinadas estratégias de gestão de conflitos. Buscou-se, assim, contribuir para o corpo de evidências neste domínio de investigação, oferecendo insights valiosos sobre as interações entre estas variáveis críticas no contexto organizacional.
Para a realização deste estudo, foi utilizada uma amostra não aleatória de conveniência, composta por 365 colaboradores de diversos contextos organizacionais, na sua maioria mulheres (69.6%), com aproximadamente 42 anos de idade e habilitações académicas ao nível do ensino superior (73.7%). O protocolo de investigação incluiu os seguintes instrumentos: (1) Questionário sociodemográfico, para caracterização da amostra; (2) Escala de Inteligência Emocional de Wong e Law (WLEIS), uma medida amplamente validada para avaliação da IE no contexto organizacional; (3) duas dimensões específicas da escala COPSOQ III (Copenhagen Psychosocial Questionnaire III), nomeadamente o "Suporte social por parte dos colegas de trabalho" e o "Suporte social por parte dos superiores" e (4) a Escala de Avaliação das Estratégias de Gestão de Conflitos (ROCI-II - Rahim Organizational Conflict Inventory-II) para identificar as estratégias preferenciais de gestão de conflitos dos participantes. Este conjunto de instrumentos permitiu uma avaliação abrangente e multidimensional das variáveis em estudo, fornecendo dados robustos para análise.[...]
Referências
Bjørlykhaug, K. I., Karlsson, B., Hesook, S. K., & Kleppe, L. C. (2022). Social support and recovery from mental health problems: A scoping review. Nordic Social Work Research, 12(5), 666-697. https://doi.org/10.1080/2156857X.2020.1868553
Matick, E., Kottwitz, M. U., Lemmer, G., & Otto, K. (2021). How to sleep well in times of high job demands: The supportive role of detachment and perceived social support. Work & Stress, 35(4), 358-373. https://doi.org/10.1080/02678373.2021.1889071
Valente, S., & Lourenço, A. A. (2020). Conflict in the classroom: How teachers’ emotional intelligence influences conflict management. Frontiers in Education, 5(5), 1-10. https://doi.org/10.3389/feduc.2020.00005
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