Teste de um modelo de cultura de segurança ocupacional
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.vi12.6033Palavras-chave:
Cultura de segurança, Desempenho de segurança, Teste de modelo, Indústria, Construção civil, TrabalhadoresResumo
A cultura de segurança (CS) é um elemento essencial da cultura organizacional que influencia diretamente o desempenho de segurança (DS) dos trabalhadores (Bautista-Bernal et al., 2024; Cooper, 2000). A construção de uma CS robusta é crucial para reduzir riscos ocupacionais e garantir ambientes de trabalho seguros (Ahmad et al., 2022; Tappura et al., 2022). Esta abrange não apenas políticas e procedimentos formais, mas também crenças, valores e comportamentos enraizados nas organizações, refletindo a complexidade das interações entre os elementos que a compõem (Fernández-Muñiz et al., 2007). Neste contexto, as organizações têm procurado desenvolver esforços para medirem e avaliarem a sua CS com vista a identificarem pontos fortes e áreas de melhoria. Por outro lado, tal preocupação reforça, como refere Guldenmund (2000), a necessidade de modelos teóricos claros que expliquem como a CS está integrada nas práticas e na estrutura organizacional, e como contribui para o DS.
O estudo que se propõe apresentar visou testar empiricamente uma versão modificada do modelo de CS proposto por Fernández-Muñiz et al. (2007), que inclui, para além das variáveis já contempladas no modelo original – envolvimento dos trabalhadores, compromisso das chefias (atitudes e comportamentos) e Sistema de Gestão de Segurança (SGS) (políticas, incentivos, formação, comunicação, planeamento preventivo e de emergência, e controlo interno) – novas variáveis identificadas através de uma revisão sistemática da literatura (Pinto & Silva, 2023). O refinamento do modelo de Fernández-Muñiz et al. (2007) foi orientado pela identificação de variáveis adicionais que ampliam a compreensão dos determinantes da CS e o seu impacto no DS. Foram incluídas variáveis como o suporte dos colegas de trabalho (e.g., corrigir a ação de um colega que está a utilizar um equipamento de forma inadequada; oferecer assistência na realização de uma tarefa perigosa, promovendo assim um ambiente de comunicação aberta sobre riscos e incentivando a colaboração); a consciencialização do trabalhador para a segurança (e.g., verificar sempre duas vezes os procedimentos de segurança antes de operar uma máquina; participar ativamente em formações de segurança e partilhar o conhecimento adquirido com os colegas); a gestão dos EPI’s (e.g., garantir que todos os EPI's estejam disponíveis e em bom estado, e que os trabalhadores estejam formados para os utilizar); as condições do ambiente de trabalho (e.g., garantir que as áreas de trabalho estão bem iluminadas, livres de obstruções e com ventilação adequada para reduzir a exposição a substâncias perigosas, promovendo assim a segurança e o bem-estar dos trabalhadores); e as pressões e sobrecarga laboral (e.g., situações em que os trabalhadores estão sob prazos apertados, devido à pressão para finalizar as tarefas em tempo útil, podem conduzir a falhas nos procedimentos de segurança). A inclusão destas dimensões no modelo proposto oferece uma visão mais abrangente e sistémica dos fatores que influenciam a CS, complementando as medidas do modelo original e proporcionando uma perspetiva mais completa dos elementos que impactam o DS.
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