Paternidade e organização: A experiência de homens pais em contexto familiar dual career

A experiência de homens pais em contexto familiar dual career

Resumo

O avanço e a ascensão da mulher no mercado de trabalho traz o espaço público, antes destinado aos homens, para o contexto feminino, ocasionando assim possíveis mudanças nas relações familiares e sociais (Wagner & Staudt, 2008). Pode-se dizer que, de certa forma, o envolvimento da mulher com o trabalho favoreceu e ampliou o envolvimento dos homens na esfera privada, antes destinada ao sexo feminino, e também nas relações com os filhos(as) (Lamb, 1992). As famílias passam a experenciar um novo modelo familiar, em que a ideia da família nuclear, a qual o homem pai vai para o trabalho, assumindo o papel de provedor, e a mulher mãe fica em casa com a responsabilidade de cuidar do filho(a) e do lar, já não se revela como a única modelagem familiar possível (Jablonski, 2010). Nesse contexto, as mudanças sociais nas relações familiares abrem caminho para a discussão de um novo modelo de paternidade, no qual os homens pais estão mais desejosos de participarem da criação e do cuidado dos filhos(as) (Balancho, 2004). De toda forma, as perspectivas de paternidade não devem ser entendidas e analisadas de maneira isolada, mas como um emaranhado de transformações históricas, sociais, culturais e de gênero (Martins, 2009).

            Diante dos novos modelos familiares surge o dual career family, em que o homem e a mulher em união buscam formar uma família sem abrir mão do desenvolvimento profissional de ambos (Berlato & Corrêa, 2017). Essa atual dinâmica familiar faz com que os homens tenham uma participação mais efetiva nos papéis familiares e traz à tona a discussão da paternidade no contexto organizacional.

            Dessa forma o objetivo da pesquisa é compreender as experiências de paternidade vivenciadas pelo homem pai, em contexto familiar dual career, no ambiente organizacional.