Novos contextos – novas formas de Recrutamento & Seleção
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.vi7.2726Resumo
Para fazer face a uma nova realidade de crescimento económico, desenvolvimento tecnológico e oferta de emprego generalizado, o Recrutamento e Seleção tem passado por uma verdadeira revolução nos últimos anos e torna-se uma das tarefa mais desafiantes – se não mesmo a maior - para o profissional de recursos humanos. A gestão de recursos humanos, nesta realidade, é considerada como essencial ao desenvolvimento do negócio, não fazendo parte de uma área de suporte mas sim de uma área estratégica essencial, que se posiciona entre clientes internos e externos e que precisa corresponder às expectativas das diferentes pessoas que têm diferentes objetivos, necessidades e visões.
De um lado, encontra-se a empresa num mercado de alta competitividade, numa tentativa de captar novos talentos com competências adequadas ao desenvolvimento organizacional e, por outro lado, candidatos estão à procura de climas organizacionais positivos, com perspectivas de evolução na carreira, melhores salários e benefícios.
Desta forma, contrariando a anterior estratégia do “post and pray”, o recrutamento transformou-se e o profissional de RH torna-se um e-recruiter, através do uso da tecnologia, das redes sociais e de sites de emprego, conseguimos assim uma maior proximidade e interação com os potenciais candidatos, aumentando assim a eficiência e eficácia de todo o processo seletivo.
Na nossa empresa transferimos o recrutamento para o relacionamento. Trabalhamos um bom networking através do Linkedin, a partir do qual conseguimos alimentar um banco de dados totalmente atualizado e crescente, e adaptamo-nos assim a novas formas de contato e de captação de novos talentos, o que torna os processos seletivos mais informais e rápidos. Para além da procura, divulgação e headhunting, as redes sociais de recrutamento têm-nos permitido trabalhar a nossa marca como empregadora. Sabendo que o mercado passou por uma fase de oferta, é essencial para a empresa promover a sua imagem institucional, o que realmente tem de melhor, no nosso caso, desenvolvimento de alta tecnologia, cultura e clima organizacional, para além de possibilidades de perspectivas de carreira numa multinacional líder de mercado. O employer branding tem aumentado a contratação de profissionais com perfil congruente com a nossa empresa, permitindo assim alinhar os candidatos aos valores da mesma.
A entrevista é o instrumento mais importante no processo de seleção e a exigência é alta. O nosso mercado desafia o profissional de RH a desenvolver novas competências, como promoção da nossa empresa, negociação e trabalho em equipa, pois recorremos a mais de um entrevistador. Gerar empatia, ter uma boa comunicação, captar a atenção do entrevistado, são habilidades extremamente importantes. A seleção torna-se um trabalho rico, de co-responsabilidade.
Num mercado em que contratar é caro e demitir é ainda mais, é importante conseguir uma avaliação completa do nosso candidato. Hoje dispomos de um sistema que nos permite obter uma avaliação comportamental do mesmo, comparação entre candidatos e ainda obter uma correlação com o perfil comportamental do seu futuro
gestor, no sentido de medir a compatibilidade entre ambos os perfis. Esta ferramenta de avaliação é essencial, porque competências técnicas são relativamente fáceis de desenvolver, mas as competências comportamentais, não tanto, e uma demissão normalmente vem pela incompatibilidade destas ultimas face às exigências do cargo, gestor ou à cultura da empresa.
Por fim, na nossa empresa temos um programa de captação de novos talentos através da participação dos nossos próprios colaboradores. É um programa em que envolvemos todas as pessoas na procura de novos talentos, através de pessoas internas que conhecem e vivem realmente a cultura e clima organizacionais e nos podem ajudar a captar talentos alinhados com o perfil desejado pela empresa.