Motivações Pessoais para voltar a estudar depois dos 40 anos - Implicações e influências na carreira profissional
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.vi7.2645Palavras-chave:
Educação, Competências, Formação, Gestão de Carreiras, CompetitividadeResumo
Este estudo tem por finalidade a identificação das motivações pessoais que, atualmente levam as pessoas a voltar a estudar na faixa etária dos 40 anos, quais as suas implicações e influências na gestão da sua carreira profissional.
Os procedimentos metodológicos aplicados, que seguimos até à elaboração de um plano operante e capaz de correlacionar o novo estudante e a sua melhoria de condições e gestão de carreira profissional, organizam-se da seguinte forma:
Inicialmente procedeu-se à identificação dos estudantes trabalhadores com idade igual ou superior a 40 anos e a sua ingressão nos estudos ou formação, com vista a perceber as implicações na sua vida profissional. Foram contactados estudantes que trabalham no Distrito do Porto, de vários ramos de atividade, que estudam ou estudaram no ISLA GAIA. Elaboramos, para este efeito, um inquérito por questionário, de acordo com a disponibilidade e agenda dos intervenientes, de tipo quantitativo, que ocorreu entre abril e maio de 2016. Participaram 89 pessoas.
O desenvolvimento de procedimentos padronizados de recolha de informação sobre o real (como, por exemplo, as técnicas do inquérito por questionário, da entrevista, da análise de conteúdo) contribui, sem dúvida, poderosamente para que o processo da observação sociológica em sentido amplo se tornasse uma fase do trabalho científico cada vez mais sistemática e racionalmente controlada (Almeida & Pinto, 1986, p. 55).
Com vista à descrição, apresentação e à análise sistemática dos dados recolhidos ao longo deste estudo, recorremos à análise de conteúdo dos dados quantitativos, para podermos aferir os dados correspondentes aos resultados obtidos pelo inquérito através do questionário realizado.
Com este processo de recolha de dados, fruto de um estudo exploratório, podemos, cientificamente, definir a nossa pretensão, ao justificar com aquilo que nos diz Jardim (2010, p. 197) citado por (Bliss, Monk & Ogborn, 1983) ” tratamos os dados recolhidos através da análise de conteúdo numa tentativa de podermos interpretar essas informações” E ainda “identificar temas, construir hipóteses e pesquisar evidências para os temas e hipóteses em causa” (Glaser & Strauss, 1967), citado por Jardim, 2010, p. 197.
Perante isto, este método tem uma função que descreve e interpreta os dados de uma forma entendida como humanista, uma vez que todos aqueles que foram convidados a responder, inseridos no seu contexto, são vistos como fonte de enriquecimento pela partilha das suas experiências, conhecimentos, conflitos, conquistas e desilusões (Jardim, 2010).
Assim, “validamos” a pertinência do tema escolhido, pois, constatou-se necessária a sua exploração, que nos deu informações importantes sobre aquilo que as pessoas procuram e que as leva a tomar a decisão de estudar nessa idade. No cômputo geral desta abordagem, as pessoas inquiridas revelam que o facto de decidirem estudar após os 40 anos de idade é, não só uma necessidade profissional, mas também uma forma de pró-atividade constante, que o mercado de trabalho exige cada vez mais, quer nas competências pessoais, quer profissionais.
Como considerações finais, a oportunidade de mudança profissional não passa necessariamente por uma progressão na carreira profissional. Pelos dados recolhidos é explícito que não existe uma compensação salarial pelo facto de se voltar a estudar, até porque, sendo isto uma “mola” motivacional, se questiona o porquê de voltar a estudar após os 40 anos de idade.
Em relação à contribuição do estudo, é nosso interesse despertar a curiosidade da comunidade que investiga estas temáticas e que se caracteriza pela necessidade de compreender desigualdades, critérios e políticas, quer nas empresas, quer nos trabalhadores, que conduzam a uma nova perspetiva real de crescimento, ao nível das competências, qualificações e gestão de carreiras mais equitativas do ponto de vista profissional, que reforcem a auto estima e bem-estar pessoal.