A justiça organizacional e o comportamento inovador: que relação?
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.vi7.2628Palavras-chave:
Justiça Organizacional, Perceções de justiça, Dimensões de justiça, Comportamento InovadorResumo
A justiça organizacional é relevante nas organizações e tem sido alvo de pesquisa extensa, uma vez que explica atitudes, comportamentos e resultados organizacionais. Contudo, poucos são os estudos que relacionam as perceções de justiça com o comportamento inovador. Definimos como objetivo compreender as relações que se estabelecem entre as perceções de justiça organizacional e o comportamento inovador dos colaboradores nas organizações. Janssen (2000) define o comportamento inovador como a criação intencional, introdução e aplicação de novas ideias dentro das funções desempenhadas pelo colaborador a fim de beneficiarse a si próprio, ao grupo ou à organização. A justiça organizacional define-se como a justiça no local de trabalho (Greenberg, 1990), e caracteriza-se por ser subjetiva (Rego, 2000). As perceções de injustiça conduzem a sentimentos de raiva e ressentimento (Gago & Correia, 2010), existindo uma forte relação entre esta e o sofrimento psíquico (Sousa & Mendonça, 2009). A justiça organizacional é um construto multidimensional. Assim, a justiça distributiva manifesta-se (Adams, 1965) pela justeza percebida dos resultados obtidos. Rego e Melo (2013) referem que perante um desequilíbrio entre resultados obtidos e contributos, os colaboradores tendem a repor a equidade (Cunha et al, 2014). Definimos: H1: A perceção da justiça distributiva tem impacto no comportamento inovador dos colaboradores nas organizações. A justiça procedimental Thibault e Walker (1975), é a justiça dos processos. Greenberg (1990) define a justiça procedimental como a justiça percebida das políticas e procedimentos para tomar decisões. H2: A perceção da justiça procedimental tem impacto no comportamento inovador dos colaboradores nas organizações. A justiça interacional (Bies & Moag, 1986), abarca questões de dignidade, respeito e interesse pelo indivíduo. Dentro desta dimensão de justiça podemos distinguir entre sensibilidade social - justiça interpessoal - e a justificação informacional - justiça informacional (Greenberg, 1990). Definimos: H3: A perceção da justiça interpessoal tem impacto no comportamento inovador dos colaboradores nas organizações. H4: A perceção da justiça informacional tem impacto no comportamento inovador dos colaboradores nas organizações. Sotomayor (2006), refere que as dimensões de justiça podem substituir-se em parte a outra dimensão, referindo que a justiça procedimental é mais influente nas reações dos indivíduos se os resultados forem injustos. H5: A perceção da justiça distributiva, interpessoal e informacional são mediadas pela justiça procedimental no seu impacto no comportamento inovador dos colaboradores nas organizações. Realizamos um estudo quantitativo, correlacional e descritivo numa amostra de 174 sujeitos. Procedemos análises de regressão simples e múltipla entre as variáveis. Os resultados sugerem que dimensões da justiça são variáveis antecedentes do comportamento inovador. Testamos um modelo mediacional onde os resultados sugerem que a justiça procedimental é uma variável mediadora entre a justiça distributiva, interpessoal e informacional e o comportamento inovador. Cremos ter contribuído para clarificar que maiores níveis de formação permitem extrair melhores resultados da organização, sendo fundamental que saibam o que se espera deles, bem como, que a qualidade das relações impacta no comportamento inovador.