Uma análise da organização coletiva dos imigrantes entre 1995 e 2002
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.v0i6.2386Resumo
Em Portugal, o fenómeno da imigração e do associativismo imigrante ganharam visibilidade social e política apenas no início da década de 90, do século XX, em resultado, da enorme pressão que o aumento dos fluxos migratórios, provenientes dos países africanos de língua oficial portuguesa, exercerem ao nível demográfico, constituindo-se como fatores determinantes na transformação social do país. Em resultado, as questões de cidadania e integração tornaram-se questões-chave no debate político do Portugal contemporâneo, em que as associações de imigrantes emergiram como atores de pressão política privilegiados, pese embora o carácter recente do fenómeno. Foi neste período que se assistiu, pela primeira vez, à adoção de um grande número de medidas legislativas, com o objetivo específico de promover a integração social das populações imigrantes, assim como foi reconhecido juridicamente às associações de imigrantes o papel de interlocutores privilegiados junto do Estado.
O objetivo desta comunicação reside precisamente na análise do papel do associativismo imigrante na participação e integração das suas comunidades, entre 1995 e 2002, por este corresponder à fase inicial da politização da imigração em Portugal. Ao estudar as associações de imigrantes pretende-se reunir informação que demonstre, por um lado, como o processo de integração dos imigrantes resulta do contributo das suas associações e, por outro lado, como estas se constituem como uma garantia do acesso ao exercício dos direitos de cidadania na sociedade de acolhimento.