LIDERANÇA E CINISMO ORGANIZACIONAL: QUE RELAÇÃO?
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.v0i6.2364Resumo
Não obstante a literatura do comportamento organizacional tenha, recentemente, despertado para a compreensão do profundo impato que o cinismo pode ter nas organizações e encetado um esforço para compreender as singularidades desta atitude organizacional negativa (McNamara, 2006), existe já um caudal investigacional que aponta a figura e os comportamentos exibidos pelo líder como assumindo um papel preditor determinante (Mirvis & Kanter, 1991). Tendo por base o modelo multifatorial liderança nas organizações (Bass, 1985) pretende-se, na presente investigação, compreender em que medida os comportamentos (consideração individualizada, estimulação intelectual e carisma) transformacionais e transacionais de liderança (gestão por exceção e recompensas contingentes) exercem influências diferenciadas no cinismo que os colaboradores desenvolvem face ao seu contexto organizacional. Para o efeito, foi levado a cabo um estudo do tipo quantitativo, operacionalizado por via da aplicação de um inquérito por questionário a uma amostra de 350 colaboradores. De um modo global, os principais resultados indicam que o estilo de liderança que vigora na amostra em estudo é o estilo transacional, destacando-se o comportamento de recompensas contingentes adotado pelos líderes em análise. O cinismo organizacional dos inquiridos é relativamente baixo, verificando-se que os comportamentos transformacionais de liderança não têm influência na edificação do cinismo organizacional. São discutidas as implicações académicas e empresariais do estudo.