Prevenir a irreversibilidade do assédio moral: estudo de casos portugueses

Autores

  • Rui Moura Universidade Autónoma de Lisboa
  • Célia Quintas Escola Superior de Ciências Empresariais/IPS
  • Dilar Costa Universidade Autónoma de Lisboa
  • Luísa Ribeiro Universidade Autónoma de Lisboa

DOI:

https://doi.org/10.26537/iirh.v0i4.2139

Resumo

Pretende-se a partir da presente comunicação aprofundar a temática do assédio moral no trabalho em situações concretas de ocorrência (contextos, condições, estratégias, naturezas do assédio moral, modalidades de agressão física, etc.), principais problemas daí resultantes e identificação de medidas e estratégias de prevenção. Introdução O estudo que se apresenta subordina-se ao título “Prevenir a irreversibilidade do assédio moral: estudo de casos portugueses” foi realizado pela Universidade Autónoma de Lisboa e enquadra-se na linha de apoio à investigação promovida pela Autoridade para as Condições de Trabalho, financiadora do estudo. O objetivo geral do estudo visa conhecer aprofundadamente o fenómeno do assédio moral no trabalho em situações concretas de ocorrência, especialmente o que respeita a contextos, condições, estratégias, naturezas do assédio moral, modalidades de agressão física, psicológica ou outra, características de agressores e agredidos e principais problemas de saúde resultantes, bem como identificar estratégias e medidas de prevenção suscetíveis de diminuir a incidência do assédio moral. O Surgimento do Assédio Moral no Trabalho O assédio moral é um fenómeno plurifacetado, multiforme, complexo e, mesmo se nos cingirmos ao domínio específico do assédio moral no trabalho – entendido genericamente como o assédio moral praticado no quadro das relações profissionais. Segundo Hirigoyen (2002), o assédio moral no trabalho pode ser definido como qualquer comportamento abusivo (seja gesto, palavra, comportamento ou atitude) que devido à sua repetição ou sistematização atente contra a dignidade ou a integridade psíquica e ou física de uma pessoa, cujas consequências fazem perigar o emprego ou as condições de trabalho envolventes. Hirigoyen (1998) não refere nenhuma duração mínima ou repetição, defendendo até que a destrutibilidade deste tipo de comportamentos pode revelar-se em períodos curtos (menos de seis meses). A Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (2002, 2003) usa a expressão bullying para definir os comportamento repetidos e sem razoabilidade destinados a gerar riscos para a saúde e segurança de um ou mais empregados. As conclusões relativas às entrevistas realizadas aos depoentes são significativas, permitem começar a traçar um perfil indicativo de assediadores e assediados, bem como caracterizar o fenómeno nas suas múltiplas dimensões com vista a uma intervenção esclarecida junto das empresas em particular e das organizações de trabalho em geral. As conclusões da comunicação que se apresenta baseiam-se na análise efetuada, caso a caso, a cada um dos seguintes itens: tipo de assédio moral, duração do assédio, motivo do assédio, ambiente de trabalho, características do assediador, finalidades do assediador, atitudes abusivas, sentimentos causados pelo assédio, reações ao assédio, perceção de si próprio, características da vítima que podem ter motivado o assédio, perceção de si próprio após o assédio, implicações do assédio no trabalho, repercussões do assédio no estado de saúde, repercussões do assédio na vida pessoal do assediado, estratégias adotadas pelo assediado para ultrapassar a situação, redes de suporte, intervenção organizacional na resolução do assédio moral, papel da organização no combate ao assédio moral, papel do Estado no combate ao assédio moral.

Publicado

2014-04-04

Como Citar

Moura, R., Quintas, C., Costa, D., & Ribeiro, L. (2014). Prevenir a irreversibilidade do assédio moral: estudo de casos portugueses. Conferência - Investigação E Intervenção Em Recursos Humanos, (4). https://doi.org/10.26537/iirh.v0i4.2139