Práticas de recursos humanos orientadas para a gestão do conhecimento: quanto mais melhor?

Autores

  • Maria João Santos Instituto Superior de Economia e Gestão/UL
  • Raky Wane Instituto Superior de Economia e Gestão/UL

DOI:

https://doi.org/10.26537/iirh.v0i4.2123

Resumo

Os ativos intangíveis – conhecimento, marcas e recursos humanos, entre outros – são hoje encarados como os principais motores do crescimento económico e da inovação. Numa economia crescentemente global, marcada pela competição internacional e em rápida mutação, a necessidade de aprender e inovar é um requisito fundamental para garantir o sucesso organizacional. O desenvolvimento dos ativos do conhecimento permite criar uma combinação de capacidades organizacionais, únicas e distintivas, que acrescentam valor à empresa e reforçam a sua posição competitiva no mercado. Na tentativa de alcançar os benefícios anunciados várias foram as organizações que se aventuraram em iniciativas no âmbito da gestão do conhecimento (GC). Contudo, não raras vezes os resultados dessas iniciativas ficaram bastante aquém das expectativas. Atualmente, a questão já não se centra na necessidade das organizações gerirem os seus processos de conhecimento, mas sim na necessidade de encontrar formas eficazes para gerir esse recurso estratégico e traduzi-lo em performances superiores. Este estudo, que se encontra numa fase inicial, parte da premissa de que compreender os vários antecedentes dos processos de GC é um aspeto crucial para melhorar o comportamento e o desempenho organizacional. Todavia, o sucesso da GC requer que as organizações adaptem a sua estratégia e estrutura organizacional, as suas práticas de gestão das pessoas e tirem partido dos avanços tecnológicos. Para um grande número de investigadores a gestão de recursos humanos (GRH) é considerada um dos fatores potenciadores da GC. Sendo certo que existem outros antecedentes igualmente importantes como a cultura organizacional, não é menos verdade que o sucesso da GC depende fundamentalmente das interações que se estabelecem entre colaboradores, ferramentas e rotinas organizacionais. Neste sentido, as pessoas são um elemento central nestes processos e importa perceber que práticas de GRH devem ser selecionadas para maximizar os fluxos de conhecimento. De acordo com as teorias de gestão estratégica de recursos humanos as organizações podem influenciar as interações, comportamentos e motivação dos colaboradores através de diferentes práticas de RH. A reflexão sobre a interligação da GRH e GC, bem como a adequação das práticas de RH implementadas em contexto organizacional são objeto da nossa análise no presente estudo. Vários autores defendem que a abordagem “quanto mais, melhor” – quanto maior o numero de práticas de GRH implementadas, melhor o desempenho obtido – não é aplicável quando se pretende melhorar os fluxos de conhecimento entre as pessoas. Com efeito, alguns autores advogam que é necessário definir quais as práticas de GRH relevantes para os processos de GC. O presente estudo pretende colmatar esta lacuna identificada na literatura através uma matriz de análise que integre os pressupostos teóricos para explorar a relação causal entre práticas de GRH e aplicação do conhecimento. Com base na revisão da literatura foi identificado um conjunto de práticas de GRH que potenciam a GC no contexto organizacional. A matriz apresentada, carecendo ainda de comprovação científica, fornece, no entanto, importantes insights acerca das práticas de GRH que potenciam o sucesso da GC.

Publicado

2014-04:-04

Como Citar

Santos, M. J., & Wane, R. (2014). Práticas de recursos humanos orientadas para a gestão do conhecimento: quanto mais melhor?. Conferência - Investigação E Intervenção Em Recursos Humanos, (4). https://doi.org/10.26537/iirh.v0i4.2123