Orientação para o mercado e desempenho organizacional: o papel dos recursos humanos
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.v0i4.2116Resumo
A presente comunicação pretende apresentar os resultados de uma investigação sobre orientação para o mercado e desempenho organizacional. Atendendo à importância fulcral dos recursos humanos, nesta relação, foi introduzida a dimensão empreendedorismo como variável de mediação. O estudo sustenta-se teoricamente na Teoria Baseada nos Recursos (RBT) e na abordagem das capacidades dinâmicas (DC). As perspetivas teóricas referidas em epígrafe pressupõem que quando os recursos e capacidades que são próprios de uma organização geram benefícios, que sejam inimitáveis e não facilmente substituíveis, produzem vantagens competitivas para as organizações (Barney, 1986, Grant, 1991; Wernerfelt, 1984, Montgomery e Hariharan, 1991; Penrose, 1959; Rugman e Verbeke, 2004, Sirmon e Ireland, 2007, Farjoun, 1994). Contudo em mercados turbulentos utilizamos, como referencial explicativo, a perspetiva das capacidades dinâmicas. Com efeito as DC permitem às empresas construir e reconfigurar as suas competências internas e externas. Desta forma poderão, com mais eficácia, responder às exigências do meio envolvente. As capacidades dinâmicas tornam-se, assim, um recurso de vantagens competitivas sustentáveis (Eisenhardt e Martin, 2000). Partimos, também da perspetiva de Jaworski e Kholi, (1996) que defendem que o empreendedorismo, a inovação e a aprendizagem organizacional são modelados para afetar diretamente a orientação de mercado que, por sua vez, afeta o desempenho. Para a concretização deste trabalho foi aplicado um inquérito por questionário a uma amostra de 201 empresas e realizado um conjunto de procedimentos estatísticos dos quais destacamos a regressão linear múltipla e o modelo de equações estruturais. Foi possível identificar uma relação linear entre as variáveis de orientação para o mercado e o desempenho e também uma relação linear entre a variável de mediação de empreendedorismo e a orientação para o mercado, que influenciam, por sua vez, o próprio desempenho. Os resultados obtidos permitem evidenciar a importância estratégica dos recursos humanos nos processos de competitividade organizacional.