As perceções dos trabalhadores de uma NGO sobre a qualidade de vida no trabalho
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.v0i4.2110Resumo
Entendendo-se o conceito de “qualidade de vida no trabalho” (QVT) como um conceito de incorpora a dimensão clássica de integridade física do trabalhador, na qual inclui todos os indicadores referentes às condições do trabalho, bem como a dimensão de integridade psicológica, que vem acrescentar à satisfação e à motivação dois outros indicadores, nomeadamente, o conteúdo do trabalho e o desenho organizacional (Butera, 1987), o presente trabalho teve como objetivo geral estudar as perceções dos trabalhadores de uma NGO sobe a qualidade de vida no trabalho. Tendo como objetivos específicos, analisar os fatores da situação de trabalho (condições e conteúdos do trabalho) e os fatores individuais que contribuem para a perceção da QVT. Em termos metodológicos foi aplicado um inquérito por questionário aos 142 trabalhadores que estavam de serviço. Através da análise fatorial foi possível identificar cinco fatores: que influenciam a qualidade de vida no trabalho, nomeadamente: (1) perceção sobre o bem-estar no trabalho; (2) perceção sobre o relacionamento no trabalho e oportunidades de participação; (3) perceção sobre a relação com o departamento e com a função; (4) perceção sobre as condições físicas de trabalho; (5) perceção sobre o stress laboral e mobilização de competências. Em traços gerais os trabalhadores revelaram uma perceção positiva sobre todos os fatores, sendo essa perceção refletida na satisfação no trabalho. Os resultados obtidos sugerem que que os fatores que contribuem para uma maior diferenciação das perceções sobre a QVT são: o vínculo laboral; a categoria profissional; o local (departamento) de trabalho. Os trabalhadores com contrato sem termo ou prestação de serviço foram os que apresentaram médias mais elevadas na perceção sobre o bem-estar e as condições físicas de trabalho. No que respeita à categoria profissional, os Indiferenciados/Administrativos foram os que apresentaram médias mais elevadas na perceção sobre as condições físicas de trabalho, sendo que as Chefias apresentaram médias mais elevadas na perceção sobre o stress laboral e mobilização de competências e os Técnicos as médias mais altas com a satisfação com os colegas. O local de trabalho é diferenciador no que respeita às relações com a chefia, ao ambiente de trabalho, ao salário e às tarefas.