O acolhimento e integração de jovens voluntários: o caso da ACM/YMCA
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.v0i4.2099Resumo
O voluntariado, enquanto prática social, assume-se como importante forma de intervenção social, contribuindo para a integração e inclusão social, quer de voluntários, quer de beneficiários. Problematizaremos este conceito no âmbito da intervenção de uma organização internacional (YMCA - YoungMen’s Christian Association), que se dedica ao trabalho com jovens, ressaltando a oportunidade que configura em termos de “realização humana, de desenvolvimento pessoal e de mudança” (ROJÃO e ARAÚJO, 2010:356-357), no quadro de uma cidadania global, marcada pela valorização crescente de valores pós-materialistas (INGLEHART:1997). Fundado em 1844, em Londres e no contexto da Revolução Industrial, o Movimento YMCA constitui na atualidade o maior movimento mundial de jovens voluntários, presente em 125 países, envolvendo 58 milhões de pessoas, das quais 720 000 são voluntárias. Trata-se de um movimento ecuménico, inspirado nos princípios do cristianismo que procura promover o “desenvolvimento integral dos jovens” (alma-corpo-mente) mobilizando-os para a ação e desafiando-os a assumir a liderança das suas próprias vidas e decidir reflexivamente o seu futuro. O estudo do Modelo de Acolhimento e Integração de Jovens Voluntários (MAIJ) desenvolvido pela ACM de Setúbal constitui o objeto da presente comunicação, tendo como principal propósito perceber o impacto pessoal e social resultante da prática do voluntariado, no contexto de uma rede mundial de instituições. Em termos metodológicos este estudo foi realizado com base na análise de conteúdo de documentos oficiais da instituição na observação participante. Os resultados evidenciam uma consistente relação entre a prática do voluntariado e a melhoria das diversas variáveis controladas, destacando-se: a relação com a comunidade, a performance escolar e o desenvolvimento de competências pessoais e relacionais (comunicação e liderança). Os resultados alcançados permitem-nos ainda concluir que existe uma correlação positiva entre a permanência no Programa e os benefícios obtidos, designadamente ao nível da relação com a comunidade e do desenvolvimento de competências pessoais e sociais.