Stress e burnout em profissionais de saúde mental
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.v0i4.2095Resumo
Os profissionais de saúde mental, devido aos níveis de complexidade e especificidade das suas funções, são considerados um grupo de risco extremo para stress ocupacional. A exposição frequente e prolongada gera situações de maior vulnerabilidade aos seus efeitos, à sobrecarga emocional e ao burnout. As manifestações destes podem ser as mais diversas, desde as relações pessoais, o nível bem-estar e a qualidade de vida, até mesmo à qualidade de prestação de cuidados ao utente. Pretende-se, neste trabalho de tipo exploratório e descritivo, rever os principais resultados de estudos realizados relativamente ao stress e burnout, mais especificamente em profissionais de saúde mental. Os estudos encontrados revelam níveis moderados de stress e níveis médios de burnout, e, como seria de prever, correlação negativa entre stress e satisfação profissional. Na dimensão exaustão emocional, observam-se diferenças estatísticas significativas de acordo com variáveis sócio-demográficas. Algumas categorias profissionais demonstram níveis elevados nesta dimensão. Entre os fatores mais referidos como desencadeadores de stress destacam-se: o cuidado diário e prolongado no tempo com pessoas com perturbações mentais, a exposição ao risco de agressividade e a sobrecarga de trabalho. Dadas as repercussões na vida familiar, social e na saúde mental e física originadas pela exposição ao stress e burnout, considera-se pertinente a avaliação sistemática e objetiva da qualidade de vida dos profissionais de saúde mental, de modo a que possam ser implementadas estratégias de intervenção, visando melhoria da qualidade de vida, aumento da satisfação e do desempenho dos profissionais e, assim, da prestação de cuidados aos doentes e familiares.