Os antecedentes da Síndrome de Burnout em comerciais de um Banco de retalho e o seu efeito no comprometimento afetivo
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.v0i4.2094Resumo
Nas últimas décadas tem-se assistido à globalização, privatização e modernização do mercado de trabalho, levando a rápidas mudanças na vida laboral. Os profissionais são sujeitos a pressões constantes para conseguirem alcançar todas estas metas impostas, de forma a potenciarem a sua contribuição para o alcançar dos objetivos das instituições onde trabalham. O que pode conduzir ao Burnout (Schaufeli, Leiter e Maslach, 2008), ou seja, a sentimentos de desgaste emocional, alienação perante os outros (colegas, superiores e/ou clientes) e sentimentos de ausência de realização pessoal. Também na banca em Portugal se assistiu ao fenómeno da globalização cujo impacto também se verificou ao nível das condições de trabalho (Jacques e Amazarray, 2006). Para Jacques e Amazarray (2006), os bancários estão expostos ao desenvolvimento do Burnout devido ao seu contexto de trabalho dinâmico e à sua exposição às problemáticas e dificuldades dos clientes. Além disso, o setor bancário vive atualmente num ambiente de incerteza, turbulência e hostilidade que potencia a concorrência e resulta em Burnout (Sowmya e Panchanatham, 2011). Por isso, manifesta-se relevante e atual explorar o Burnout entre os bancários. Este estudo explora os antecedentes do Burnout em comerciais da banca de retalho, e a sua influência nos níveis de comprometimento afetivo. A investigação quantitativa foi desenvolvida por questionário. Reúne uma amostra de 166 bancários de um banco privado português, cujos postos de trabalho se localizam nos distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Bragança e Viseu. As hipóteses formuladas foram testadas com recurso a análise correlacional, análise de variância (ANOVA) e análise de regressão. Os resultados revelam níveis médios de Burnout para cada uma das componentes: exaustão, cinismo e ineficácia profissional, e que os bancários estão comprometidos afetivamente com a instituição onde trabalham. Não foram identificadas variáveis demográficas com poder preditivo. Das variáveis da relação laboral, as exigências do trabalho emergem como preditor da exaustão. E das variáveis socioprofissionais, extrai-se a notoriedade profissional como preditor da exaustão e ineficácia profissional. Quanto aos efeitos do Burnout, a exaustão é a única componente capaz de predizer o comprometimento afetivo. Os dados revelaram que o processo de desenvolvimento do Burnout ocorre segundo o modelo de Leiter (1993).