Avaliação da eficácia da formação: transferência das aprendizagens para a atividade profissional: o caso de uma organização da Administração Local
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.v0i4.2070Resumo
O estudo em questão apresenta como principal objetivo a identificação dos fatores que influenciam o processo de transferência das aprendizagens adquiridas na formação para o posto de trabalho. Assim, partiu-se de um caso concreto de uma organização, especificamente uma organização da Administração Local. Este organismo público apresenta um universo de cerca de 500 trabalhadores, e um crescente incremento ao nível da formação profissional, com uma média anual de horas de formação/ trabalhador de 27,8. Dado este crescente incremento ao nível da formação, considerou-se de extrema importância compreender quais os fatores que mais influência exercem para que a transferência das aprendizagens realmente ocorra. Assim, no sentido de operacionalizar estes fatores, utilizou-se o instrumento LTSI - Learning Transfer System Inventory (Holton e Bates, 2002), validado para a realidade portuguesa por Velada (2007). Neste estudo foram avaliadas duas ações de formação e o número de respondentes foi de 117 trabalhadores. De forma a complementar os dados obtidos através do questionário, foram aplicadas entrevistas às chefias da organização. Os resultados obtidos permitem concluir que os fatores que mais influenciam a transferência da formação para o posto de trabalho são: “Sanções dos Supervisores”, “Auto-eficácia de Desempenho”, “Esforço de Transferência – Expectativa de Desempenho”, “Capacidade Pessoal para Transferir”, “Transferabilidade” e “Abertura/ Resistência à Mudança”. Para Holton (1996), a transferência das aprendizagens sofre influência de quatro grandes categorias de fatores. Assim, de acordo com o estudo, os fatores que mais influenciam a transferência da formação, fazem parte da categoria de fatores “Características dos Formandos” e “Características do Posto de Trabalho”. Por outro lado, os fatores que menos influência exercem na transferência da formação para o posto de trabalho são “Resultados Pessoais Positivos” e “Resultados Pessoais Negativos”. Estes dois fatores fazem parte da categoria de fatores “Características do Posto de Trabalho”. Das entrevistas a chefias dos SMAS é possível concluir que a importância que é dada à formação profissional é bastante elevada, no entanto a validação desses conhecimentos adquiridos na formação, para o desempenho das funções, não é realizada. A utilização do LTSI constituiu uma mais-valia no estudo da transferência de aprendizagens para o posto de trabalho, contribuindo para a identificação de situações capazes de interferir na mesma, revelando-se pertinente e útil. Os resultados obtidos de um modo geral estão de acordo com outros estudos empíricos.