As comunidades de prática: reflexão crítica sobre a sua evolução
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.v0i4.2067Resumo
Num contexto de complexificação e de aumento significativo do conhecimento, da concorrência e da relevância do conhecimento para as organizações, as Comunidades de Prática (CoPs) têm vindo assumir importância crescente nos processos informais de aprendizagem individual e organizacional, através da partilha de experiências e de práticas vivenciadas pelos seus membros, contribuindo para o sucesso e diferenciação das organizações no mercado, nomeadamente, por promoverem processos de inovação. Neste contexto, procedemos nesta comunicação a uma análise e reflexão crítica sobre a complexidade e evolução das Comunidades de Prática tendo em conta o seu quadro conceptual, os princípios orientadores e o seu impacto, cruzando as suas características particulares com outras abordagens teóricas da Gestão do Conhecimento. A metodologia de trabalho utilizada suportou-se numa revisão de literatura que pretende facultar um retrato crítico sobre o estado da arte. A comunicação reflete uma abordagem abrangente sobre a temática, definindo e caraterizando as CoPs, com base na sua evolução conceptual, identificando os contextos e condições de aplicação das CoPs, a sua perspetiva evolutiva. Discute-se ainda a forma de medir o seu valor para as organizações com base na interpretação dos Ciclos de Valor preconizadas por Wenger et al., (2011). Analisa-se ainda a relação existente entre as CoPs e a Gestão do Conhecimento. Pretende-se assim contribuir para uma reflexão crítica sobre a evolução do modelo das CoPs inicialmente preconizado por Wenger, com uma estrutura orgânica espontânea que resultava da necessidade das pessoas partilharem um interesse e uma paixão comuns, até se transformar numa ferramenta que foi apropriada pelas organizações que criam e “cultivam” CoPs com o objetivo das auxiliar na concretização da sua estratégia organizacional, desvirtuando a essência destas comunidades.