Especificidades e desafios da implementação de um modelo de avaliação de desempenho numa pequena média empresa em Portugal

Resumo

Atualmente, com o aumento da competitividade, as empresas estão cada vez mais preocupadas com o seu desempenho a todos os níveis (Boachie-Mensah & Seidu, 2012). Neste sentido e, alicerçado em que potenciar o capital humano é uma necessidade real ("Jornal Oficial da União Europeia - Definição de micro, pequenas e médias empresas," 2003), o presente artigo tem como foco a Avaliação de Desempenho de Recursos Humanos nas Pequenas e Médias Empresas (PME) de Portugal. Segundo (Poon, 2004) a utilidade da avaliação de desempenho como uma ferramenta de decisão depende, em parte, se deve ou não o sistema de avaliação ser capaz de fornecer dados precisos sobre o desempenho do colaborador, sendo assim a precisão na avaliação um aspeto crítico de todo o processo de avaliação. Concretamente no caso de PMEs, estudos recentes (Carlson, Upton, & Seaman, 2006; King-Kauanui, Ngoc, & Ashley-Cotleur, 2006) indicam que o aumento da competitividade dessas empresas está diretamente relacionado com a implementação de sistemas de avaliação. Beaver e Lynett (1995) afirmam que as PME não devem copiar os modelos das grandes organizações. Nas grandes empresas, a avaliação de desempenho é vista como um processo focado na criação de objetivos de longo prazo, formulação de políticas que permitam alcançar esses objetivos e o feedback necessário para saber se esses objetivos foram ou não alcançados. Já nas PME, este é um processo adaptativo concentrado em ajustar e rentabilizar os recursos humanos limitados, sempre com o objetivo de maximizar o ganho imediato e a vantagem competitiva a curto prazo. (Beaver & Lynett, 1995). O presente estudo procura contribuir para uma melhor compreensão das especificidades e dos desafios da implementação de sistemas de avaliação de desempenho em PMEs. Pretende-se também propor um processo estruturado de implementação de um sistema de avaliação de desempenho de recursos humanos em PME portuguesas, identificando as inerentes decisões estratégicas e operacionais e oferecendo ferramentas e partilhando boas práticas, de forma a permitir uma melhor adequação do sistema às características únicas de cada organização.