As perceções de gestores e aposentados em relação uns aos outros: um estudo exploratório
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.v0i4.2043Palavras-chave:
Atitudes dos gestores;, Perceções dos aposentados;, Gestão da idade;, Envelhecimento da força de trabalho;, Discriminação etária;, Estereótipos etários;Resumo
Esta pesquisa explora: (a) as atitudes dos gestores relativamente aos trabalhadores mais velhos; (b) as perceções dos aposentados acerca dos gestores e as suas (dos aposentados) últimas experiências enquanto trabalhadores. As atitudes de 14 gestores foram estudadas através de entrevistas semiestruturadas. Os dados sobre as perceções dos aposentados foram obtidos em 4 focus groups (com 6-8 aposentados). Os resultados sugerem o seguinte: (a) os gestores, especialmente os mais experientes, reconhecem que os trabalhadores mais velhos têm características positivas (e.g., extenso conhecimento e experiência; sabedoria; vastas redes de relacionamentos; lealdade organizacional); (b) no entanto, os mesmos gestores (embora especialmente os mais jovens) alegam também ter perceções negativas acerca dos trabalhadores mais velhos (e.g., os trabalhadores mais velhos rejeitam formação; estão menos motivados para trabalhar). Os aposentados afirmam que: (a) gostariam de ter tido mais oportunidades para continuar a aprender e a melhorar as suas capacidades; (b) se sentiam mais comprometidos com o trabalho no final das suas carreiras. Alguns aposentados também revelam que, se tal lhes tivesse sido proposto, teriam continuado a trabalhar além da idade típica da reforma. O estudo comporta várias limitações, designadamente o facto de terem sido utilizadas amostras de conveniência e de reduzida dimensão. Além disso, (a) os gestores e os aposentados pertenciam a diferentes organizações e (b) variáveis moderadoras, tais como escolaridade, setor de atividade ou nível hierárquico, não foram consideradas. Estudos futuros deverão incluir amostras de dimensão superior, explorar díades gestores-aposentados e incluir variáveis moderadoras. As ideias preconcebidas que os gestores têm acerca dos trabalhadores mais velhos podem ter efeitos perversos na motivação e na identificação destes trabalhadores com a organização. Com o aumento da idade da reforma, os efeitos destas ideias preconcebidas intensificam-se. Medidas para reduzir estas conceções erróneas são necessárias. Estudos empíricos, em especial no contexto português, sobre as perceções/atitudes mútuas de gestores e aposentados são escassos.