A formação nas organizações e os trabalhadores pouco escolarizados
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.v0i2.2028Resumo
A comunicação que se apresenta resultou de uma investigação realizada no âmbito do Doutoramento em Ciências da Educação/Formação de Adultos, que visava compreender as lógicas inerentes à formação frequentada por adultos pouco escolarizados, num determinado território, em Portugal. No estudo, orientado por uma perspetiva de análise crítica, procurou-se compreender, por um lado, o modo como as políticas europeias e nacionais são apropriadas e geridas pelos atores locais e, por outro, como influenciam a participação dos adultos pouco escolarizados na formação. Em termos metodológicos, optou-se pela realização de um estudo de caso territorial, recorrendo-se a análise documental e estatística e a entrevistas semi-diretivas e biográficas. Através da recolha e análise da informação verificou-se uma grande diversidade de lógicas de formação frequentada pelos adultos pouco escolarizados, no território em estudo, o que deu origem a uma tipologia com cinco lógicas distintas: lógica de ortopedia social; lógica de qualificação individual; lógica de desenvolvimento organizacional; lógica de animação e lógica de intervenção comunitária. Nesta comunicação apresentam-se, essencialmente, as dinâmicas inerentes às lógicas de qualificação individual e de desenvolvimento organizacional porque são as que estão presentes nas organizações (empresas, autarquias e entidades do terceiro setor) no território estudado e problematiza-se também o modo como estas influenciam a mobilização dos trabalhadores pouco escolarizados. Recorre-se a autores como Claude Dubar, João Barroso, Rui Canário e Mathias Finger para fundamentar a reflexão.