Contributos para uma discussão da globalização económica e da gestão transcultural dos recursos humanos

Resumo

A presente proposta de comunicação tem como ponto de partida a necessidade de pensar a gestão das pessoas num contexto cada vez mais globalizado, onde a eficácia e a eficiência económica e a competitividade à escala mundial conduziram as organizações a modelos produtivos descentralizados, dispersando as diversas fases produtivas por diferentes países e zonas do globo. Deste modo, torna-se necessário tomar em linha de conta para a gestão dos recursos humanos destas organizações os fatores sócio- culturais do(s) meios(s) em que a organização opera, procurando assim compreender as diferenças culturais entre os países e o seu reflexo nas diferentes práticas de gestão de pessoas. Assim, a abordagem transcultural (defendida quer por Hofstede, quer por Trompenaars, quer através do projeto GLOBE) parece-nos crucial para que uma organização possa definir linhas estratégicas de gestão dos seus recursos humanos, adequando-as às especificidades das culturas nacionais onde está presente. Torna-se, e tendo como assumpção que a cultura nacional afeta a forma como as pessoas constroem a sua visão do mundo e, consequentemente, como agem em contextos organizacionais, crucial analisar as características culturais do(s) país(es) onde as multinacionais estão ou pretendem implementar-se, por forma a garantir o seu sucesso, adotando estas uma política de gestão dos recursos humanos que tome em linha de conta a realidade sócio-cultural concreta e específica do meio.