Perspetivas dos recursos humanos e medicina do trabalho sobre stress no trabalho: um estudo exploratório
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.v0i2.2002Resumo
Os Recursos Humanos e a Medicina do Trabalho são centrais para a promoção da saúde no contexto organizacional. Este trabalho visa estudar as perceções de stress no trabalho destes profissionais, e baseia-se nas teorias leigas e na teoria da atribuição. Procurou-se explorar os significados atribuídos ao conceito de stress, causas, consequências e formas de intervenção. Além disso, compararam-se as perspetivas dos Gestores de Recursos Humanos, a desempenhar funções na área, com as perspetivas de estudantes desta área em fase final de formação. O estudo é de natureza exploratória e qualitativa. Realizaram-se entrevistas semi- estruturadas a 6 profissionais com funções de Gestão de Recursos Humanos e a 4 profissionais de Medicina do Trabalho (das mesmas empresas) e foram recolhidos 21 questionários de estudantes das áreas de RH. Os resultados sugerem que os profissionais referem essencialmente causas organizacionais como responsáveis pelo stress no trabalho e destacam um maior número de consequências centradas nos indivíduos. As intervenções realizadas são essencialmente focadas no indivíduo e de natureza secundária/terciária. Crenças de inevitabilidade do stress e o próprio papel percebido parecem explicar as diferenças no número de intervenções realizadas nas empresas. As perspetivas dos estudantes tendem a estar mais próximas das “boas práticas” defendidas na literatura. Os resultados deste estudo sugerem que é importante aceder às perspetivas da Gestão de Recursos Humanos e da Saúde Ocupacional e identificar prioridades para a mudança destas perspetivas de modo a dar um contributo importante para uma efetiva promoção da saúde e bem-estar no trabalho.