O assédio moral em organizações do distrito de Setúbal
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.v0i2.2001Resumo
Embora só recentemente tenha sido objeto de conceptualização, o assédio moral relacionado com o trabalho constitui matéria há muito conhecida e que, desde há poucos anos, foi considerado suficientemente importante para ser digno de abordagem e intervenção nos domínios psicossocial e judicial. O nosso estudo teve como objetivo avaliar a existência, intensidade e frequência de condutas de assédio moral, bem como suas consequências nos trabalhadores que desenvolvem as suas atividades em organizações do distrito de Setúbal. A amostra produtora de dados é constituída por 150 indivíduos que responderam ao Questionário sobre Assédio Moral (QAM), pertencentes a organizações públicas e privadas que integram as áreas da Industria, Construção Civil, Restauração/Hotelaria, Serviços e Administração Pública. Os dados obtidos revelam a existência, em percentagens muito expressivas, de diversos tipos de ataques de diverso tipo: laborais ao nível da distribuição de tarefas e das condições de trabalho, bem como críticas insidiosas sobre as atividades profissionais das vítimas; às relações sociais durante as atividades de trabalho, através de isolamento, desconsideração pessoal e ofensas à vida privada; à saúde mental; físicos; verbais, quer explícitos, quer implícitos; raciais; religiosos e políticos, e ainda de natureza sexual. Foram identificadas as direções do assédio, bem como o tempo de duração e os apoios recebidos. Neste trabalho, procurámos ainda identificar os efeitos nas vítimas e o modo como lidam com a situação.