O profissional de RH e o bullying no local de trabalho: parte do problema ou da solução?
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.v0i2.1999Resumo
O tema do bullying no local de trabalho tem tido cada vez mais profissionais e investigadores do “Universo RH”, a votar-lhe a atenção e o tempo que este merece, deixando por isso de ser um tema lateral à própria sociedade (Araújo, McIntyre & McIntyre, 2009). Investigadores e práticos que exercem a sua profissão em termos da função RH têm procurado estudar, as situações de bullying no local de trabalho, avaliando e intervindo no sentido de trazer maior dignidade e bem-estar aos trabalhadores e às organizações em que estes laboram. Considerada pelos investigadores de referência como uma forma de “violência silenciosa” (Einarsen, Hoel, Zapf & Cooper, 2003), o bullying no local de trabalho assumiu um lugar de destaque na agenda de muitos dos profissionais de Recursos Humanos. De todos os departamentos funcionais de uma organização que lidam com o bullying, o Departamento de Recursos Humanos, apresenta-se como sendo, o mais diretamente envolvido, principalmente no seu papel político, procedimental e de mediador do fenómeno. Importa pois, refletir acerca da importância do papel dos Gestores de Recursos Humanos neste processo de interação organizacional (Lewis & Rayner, 2003). Será que da natureza da função RH emana uma filosofia que compromete e até cria um ambiente que torna possível este fenómeno, ou este profissional aparece como sendo o principal “guardião” da dignidade ocupacional? A presente comunicação procura a partir da investigação realizada e da prática profissional partilhada pelos profissionais RH em termos mundiais, apontar dilemas e encruzilhadas éticas no que respeita ao bullying no local de trabalho, para depois a partir daí poder delinear estratégias de intervenção adequadas, trabalho que ainda está por realizar.