Contribuição para a compreensão dos modelos agente-sistema e dois-interacional: fatores na justiça organizacional
DOI:
https://doi.org/10.26537/iirh.v0i2.1991Palavras-chave:
Justiça organizacional;, Comprometimento organizacional afetivo;, Fatores organizacionais;Resumo
A justiça procedimental, focalizada no processo, refere-se à equidade percebida dos meios usados para alcançar determinados fins. A justiça interacional reflete a qualidade da interação com os decisores e é composta por duas facetas (Greenberg, 1993; Greenberg & McCarty, 1990): (1) a justiça interpessoal que representa o grau com que as chefias tratam as pessoas com dignidade e respeito; (2) a justiça informacional que reflete o fornecimento de informações e explicações sobre as decisões tomadas. O modelo sistema-agente de justiça organizacional (Bies & Moag, 1986; Fassina, Jones, & Uggerslev, 2008; Masterson, Lewis, Goldman & Taylor, 2000) sugere que os indivíduos recorrem à justiça procedimental para decidir como reagir face à organização (compromisso organizacional), e à justiça interacional para decidir como reagir face às chefias. O modelo dos dois-interacional fatores (Rego & Cunha, 2009) sugere que se devem distinguir as duas dimensões da justiça interacional, e que em algumas condições (e.g. distância do poder) uma pode ser mais influente do que a outra. Através de uma amostra de conveniência de 140 funcionários, este estudo mostra como a justiça procedimental e ambas as dimensões da justiça interacional são preditoras do comprometimento afetivo face à organização e à chefia. Os resultados suportam o modelo sistema-agente, sugerindo que os funcionários: (a) desenvolvem forte comprometimento afetivo para a organização quando sentem que a organização é justa, (b) desenvolvem maior comprometimento afetivo face à chefia quando percebem que existe justiça informacional. Os resultados também suportam parcialmente o modelo dos dois-interacional fatores.